Falta de dados sobre suicídio indígena dificulta ações, reconhece Funasa

23/10/2007 - 17h23

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - O coordenador do Programa de Saúde Mental da Fundação Nacional de Saúde(Funasa), Carlos Coloma, reconheceu hoje (23) que a falta deestatísticas e informações sobre o suicídio de índios no Brasil atrapalha asolução do problema no país. Ele estima que o índice de suicídios entre jovens indígenas seja de duas a seis vezes superior ao registrado entre jovens não-indígenas."Não existe um número exato sobresuicídio da população indígena. Há a necessidade de os governos sepreocuparem em identificar melhor o que acontece com os índios”, avaliouColoma, que participa da 1ª Conferência Internacional e do 1º Encontro Nacional de SaúdeMental Indígena. "Em geral, os indígenas estão imersos em uma estatísticapuramente numérica. Precisamos identificar o que está acontecendo com aperspectiva de vida dessas populações.”Para o coordenador do Programa de Saúde Mental da Funasa, é importante conhecer a política de saúde indígena adotada em outros países para avaliar as medidas em andamento no Brasil. No entanto, no que diz respeito às política na área de saúde mental, Coloma disso que o país é visto como pioneiro.“O Brasil é o único país hoje que está trabalhando nessedomínio de conhecimento da saúde mental indígena. Dentro disso, oproblema de droga, alcoolismo, suicídio”, citou  Coloma, para quem a morte de indígenas tem que ser tratada com seriedade. “Nãopodemos banalizar a morte como se faz diariamente com a violência.”A 1ª ConferênciaInternacional e do 1º Encontro Nacional de Saúde Mental Indígena vãoaté quinta-feira (25). Serão discutidos temas comoviolência, alcoolismo e as políticas em saúde mental indígena noBrasil.