Cidadãos podem ajudar a recuperar cerca de 900 bens históricos do país

23/10/2007 - 15h10

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo brasileiro quer recuperar cerca de 900 bens desaparecidos que fazem parte dopatrimônio histórico e cultural do país.Para isso, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan) lançou hoje (23) a Campanha pela Recuperação de Bens Procurados. Umvídeo institucional será veiculado nas emissoras de TV chamando aatenção sobre a importância dos bens históricos para a identidade nacional. A idéia também é estimular a população a denunciar o crime de compra e venda de peças de arteou antiguidades roubadas.De acordo com o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, oobjetivo da campanha é sensibilizar a população e dividir com ela aresponsabilidade pela preservação dos bens coletivos.

"É dividir com a população a responsabilidade e o desejo de recuperaresses bens que, afinal, são de todo mundo. Queremos tornar a imagem desse patrimônio roubado acessívela todos. Se, por ventura, as pessoas souberem da localização deles, podemavisar a polícia ou o próprio Iphan”.

O instituto disponibilizou na sua página na internet (www.iphan.gov.br) uma relação com fotos dos898 bens culturais que estão sendo procurados, bem como um espaço para que sejamfeitas denúncias sobre o seu paradeiro.

São peças que foram roubadas, furtadasou extraviadas de igrejas e museus, tais como móveis, imagens de santos, obras dearquitetura, pinturas e castiçais, alguns deles com até 500 anos de existência.

A maior parte dos objetos - 533 - desapareceu no Rio de Janeiro, onde estãolocalizados nove dos 12 grandes centros culturais do país. Mais de 100 igrejase de 30 museus já foram roubadas no estado.

No ano passado, por exemplo, ladrões armados detiveram os guardasdo Museu Chácara do Céu, forçando-os a desligarem os sistemas desegurança. Eles levaram obras valiosas como as telas A Dança, de Pablo Picasso, Dois Balões, de Salvador Dali, e Marina, de Claude Monet.

Até hoje as obras estão sendo atéhoje procuradas pela Polícia Internacional (Interpol), com oferta de R$ 5 milpara quem ajudar a localizá-las.

Além da internet, as denúncias, sobre estas e as outras obras procuradaspelo Iphan em todo o país, podem ser feitas também pelo telefone (21)2253-1177.

De acordo com a Interpol, o roubo de bens artísticos e do patrimôniohistórico é o terceiro delito mais rentável do mundo. No ano passado, movimentou R$ 4 bilhões. Informaçõesdo órgão indicam que o Brasil só fica atrás dos Estados Unidos, da França e do Iraque no ranking docomércio ilegal de obras.O destino das peças são quadrilhas especializadas que recebemencomendas de colecionadores. Em muitos casos, os bens culturais são enviados aBruxelas (Bélgica) ou Nova York (EUA), de onde seguem para os receptadores em varias partes domundo.