Até 2004, código de trânsito reduziu em 5,8% as mortes causadas por acidentes no país, diz pesquisa

23/10/2007 - 20h10

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O código brasileiro de trânsito, em vigor desde janeiro de 1998, reduziu em pelo menos 5,8% as mortes causadas pelos acidentes de trânsito no país. Cerca de 26,3 mil pessoas deixaram de morrer entre 1998 até 2004.Em conseqüência, o Brasil economizou R$ 71 bilhões, dinheiro relativo a perdas na produção, cuidados na área da saúde, remoção e traslado, que seria gasto ou perdido com essas mortes.O custo médio por pessoa envolvendo perda de produção, cuidados com saúde, remoção e traslado é de aproximadamente R$ 1 mil nos acidentes em que ninguém se fere; de R$ 36,3 mil nos casos em que há feridos; e deR$ 270,1 mil em caso de morte.As informações são da pesquisa O Estado da Juventude: drogas,prisões e acidentes, divulgada hoje (23) pela FundaçãoGetulio Vargas (FGV).“Esse resultado mostra como leis mais duras, compenas financeiras associadas efetivas, podem ter efeitossignificativos nos incentivos dos indivíduos zelarem mais porsuas vidas”, diz o estudo.Apesar da redução, a pesquisa mostra que aproximadamente 28 mil mortes ocorrem por ano no país em decorrência dos cerca de 750 mil acidentes.Segundo o documento, os homens estão mais expostos a acidentes que as mulheres, por serem menos sensíveis àrigidez das leis de trânsito e por se deslocarem mais emdireção aos locais de trabalho.“Ao contrário do dito popular ‘mulher ao volante, perigo constante’, as taxas de óbito indicam que as mortes causadas pelo trânsito atingem quatro vezes mais os homens que as pessoas do sexo feminino”, disse o coordenador do Centro de Estudos Sociais da FGV, Marcelo Neri.Intitulado Juventude Transviada, inspirado no filme estrelado por James Dean e que leva o mesmo nome, o capítulo relativo aos acidentes de trânsito entre os jovens usou números e informações distintas.Mostra, por exemplo, que o país gastou R$ 5,3 bilhões em acidentes de trânsito em 2003, segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP).Dados de 2005 indicam que, com 36,6mil mortosnaquele ano, o trânsito era a segunda maior causa de morte provocadapor fatores externos no Brasil – perdendo apenas para os homicídios.