Crianças e adolescentes ligados ao MST pedem escola, terra e dignidade em Curitiba

11/10/2007 - 21h19

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de 1.200 crianças e adolescentes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram passeata hoje (11)  pelas ruas centrais da capital pedindo por escola, terra e dignidade. Em uma das praças da cidade eles realizaram a Ciranda Pelos Direitos da Criança e do Adolescente e à tarde foram recebidos, na Secretaria Estadual de Educação, pela superintendente de Educação no Campo, professora Yvelise Arco-Verde.

Depois de ouvir os manifestantes, ela prometeu levar as reivindicações ao secretário Mauricio Requião e ofereceu lanche e um kit contendo material escolar. A professora destacou alguns programas desenvolvidos pela secretaria, como o que garante o direito à educação para crianças, jovens e adultos que vivem nos acampamentos rurais. O estado tem atualmente 11 escolas itinerantes, com 130 educadores, que seguem os grupos de famílias em seus deslocamentos.

"O governo também renovou recentemente convênio de cooperação técnica e financeira mantido com a Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil (Arcafar-Sul). O convênio, estendido até dezembro de 2010, prevê o repasse de R$ 1,468 milhão para o pagamento de pedagogos e monitores de 36 Escolas do Campo, que levam o ensino regular e profissionalizante a filhos de pequenos produtores rurais”, destacou a superintendente.

Segundo Alex Verderio, do setor de educação do MST, o que existe ainda é pouco para atender todos os assentamentos. Ele lembrou que "dos 288 assentamentos existentes no estado, apenas 80 têm escolas – isso obriga a maioria dessas crianças a se deslocar até a cidade, enfrentando várias dificuldades para estudar”. Um dos manifestantes, Marcílio Santos, de 12 anos, é uma das 300 crianças em idade escolar do Acampamento 8 de abril. E pediu mais escolas no local e um ensino que o prepare para não sair de perto da família e de sua terra: “Quero crescer e continuar o trabalho dos meus pais, no campo, mas em condições melhores do que eles têm hoje”.