Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - A concorrência no setor de transporte de cargas, que faz com que oscaminhoneiros dirijam com imprudência e usem estimulantes, às vezes ilegais, é a causa principal de acidentes com caminhões nas estradas. “É uma falta de conscientização do próprio condutor, se submetendo a essas medicações para se manter acordado. Ele está se expondo a um risco demasiadamente elevado. Pela falta de conhecimento disso, ele acaba realizando esse tipo de ação e pode se envolver em acidentes graves como o de Santa Catarina”.O comentário foi feito pelo chefe da Divisão de Fiscalização deTrânsito, da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Coracy Vieira, aoanalisar os dois acidentes sucessivos na BR-282, em Santa Catarina, quemataram 27 pessoas e deixaram mais de 80 feridos, na noite de terça-feira. As colisões envolveramdois caminhões, um ônibus, vários carros, além das pessoas queprestavam socorro às vítimas.Segundo Vieira, a fiscalização dos caminhoneiros é feita “muito em cima do comportamento". Em uma abordagem, o policial se preocupa em saber quais as condições do condutor, levantando se ele está em boas condições de reflexo, por exemplo."São elaboradas perguntas ao condutor que, dependendo da resposta, o policial lança um nível de suspeita ou não. Isso pode induzir a outras atitudes, até mesmo o encaminhamento para que seja realizado algum exame alguma coisa desse tipo”.Ele também disse que, se o policial rodoviário federal desconfiar que o motorista usou substâncias ilegais, pode fazer uma vistoria do caminhão. “Se o uso da medicação for detectado é feito um recolhimento desse material e elaborada uma ocorrência relativa ao fato”, ele acrescenta.