Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Atémaio do ano que vem, deve estar pronto um acordo para pôr fim àbitributação entre Brasil e Estados Unidos. A informação foi divulgadahoje (11) pela ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, após participar do Fórum de Altos Executivos de Empresas Brasil-Estados Unidos.
Otema da bitributação foi um dos seis pontos levantados durante osdebates realizados desde ontem (10), entre 20 dos maiores empresários dosdois países. Ao final dos debates, esses pontos foram apresentados aosrepresentantes dos governos. "O fórum indica como sendo a primeiraquestão um acordo sobre o problema da bitributação, num prazoo mais rápido possível", afirmou Dilma.
Segundo a ministra, a bitributação é umproblema sério, que impede investidores brasileiros e norte-americanos deincrementar o relacionamento, porque há, em muitoscasos, duas estruturas tributárias pesando sobre o mesmo produto. "O governo brasileiro vê com bons olhos,julgamos muito importante que seja possível isso [chegar a um acordo]. Obviamente, depende de algumas variáveis, que não estão só ao alcancedo Brasil. Depende também dos Estados Unidos", ponderou a ministra.
Ela informou que, entre os pontos destacados pelos empresários durante o fórum, estão inovação e empreendedorismo; ampliação dos investimentos; investimento em infra-estrutura; qualificaçãode mão-de-obra, criação de um projeto continuo sobre a qualidade daeducação; intercâmbio de profissionais e estudantes; ênfase na questãoda pesquisa e desenvolvimento de novos padrões e processos tecnológicosna área de biocombustível e práticas que permitam "desentravar aburocracia" e garantir mais segurança nos investimentos.
Deacordo com o empresário Josué Gomes da Silva, da Coteminas, o únicoponto em que os empresários norte-americanos mostraram-se reticentes comrelação ao Brasil foi a segurança dos investimentos. Coordenador do fórum pelo lado brasileiro, Josué Gomes disse que os americanos consideram ajustiça brasileira muito morosa e têm receio de passar por problemasjudiciais, porque sabem que levaria muitos anos até a questão serresolvida. Eles sugeriram a criação de câmaras de negociação para decidir sobre o sistema.Além do representante da Coteminas, participaram, pelo Brasil, JoséRoberto Ermírio de Moraes, da Votorantim; Carlos Alberto Vieira, doBanco Safra; Jorge Gerdau Johannpeter, do Grupo Gerdau; José LuísCutrale, da Sucocítrico Cutrale; Luiz Roberto Nascimento, da CamargoCorrêa; Marcelo Bahia Odebrecht, da Construtora Norberto Odebrecht;Marco Antonio Stefanini, da Stefanini IT Solutions; Maurício Botelho,da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer); e Roger Agnelli, da Companhia Vale do Rio Doce. Do ladodos Estados Unidos, os participantes foram: Tim Solso, da Cummins(coordenador); Alain Belda, da Alcoa; Greg Page, da Cargill; BillRhodes, do Citibank; Neville Isdell, da Coca-Cola; Rick Wagoner, daGeneral Motors; David Speer, da Illinois Tool Work; Craig Barret, daIntel; John Faraci, da International Paper e Greg Brown, da Motorola.