Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A líder do blocogovernista no Senado, Ideli Salvati (PT-SC), rebateu ontem (1º) informaçõespublicadas pela revista Veja sobre investigaçõesconduzidas pela Polícia Federal em Santa Cataria sobresupostas irregularidades em repasses de recursos públicos a organizaçõesnão-governamentais (ONGs). De acordo com a reportagem, um dosórgãos sob investigação é aFederação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar daRegião Sul (Fetraf-Sul) que teria utilizado parte de R$ 5milhões recebidos do governo para bancar campanhas políticas.Os envolvidos, segundo a revista, seriam “correligionários,amigos ou assessores” da senadora.Ideli Salvati atribuiuas denúncias “a guerra político partidária”que teria sido instalada em Santa Catarina pelo DEM com oobjetivo de antecipar o debate eleitoral de 2010. “Eu atribuo [asdenúncias] a guerra político-partidária que estáantecipada aqui no Senado da República e em Santa Catarina”. Quanto àsdenúncias, a lider do bloco governista disse, ainda, que“historicamente tem relações com as entidades queorganizam os trabalhadores da agricultura familiar”. Acrescentouque, durante o seu mandato, apresentou emendas parlamentares aoorçamento para fortalecer o setor, “sempre para o ministério(do Desenvolvimento Agrário) ou para as prefeituras”.A assessoria de imprensa da Polícia Federal em Santa Catarina confirmou que há investigações sendo conduzidas sobre o caso. Amanhã (3),deverá ser instalada a Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) destinada a investigar a utilizaçãodos recursos governamentais repassados ao terceiro setor. Orequerimento de abertura das investigações foiapresentado pelo senador Heráclico Fortes (DEM-PI). O DEMreivindica a relatoria ou a presidência com base em acordoexistente na Casa de que partidos autores de requerimentos ocuparãoum dos cargos.Ideli Salvati, noentanto, pretende propor aos líderes uma rotatividade naocupação dos cargos nas CPI’s. No seu entender, comoo Democratas e o PT já dividem a relatoria e a presidênciada CPI do Apagão Aéreo, outros partidos da oposiçãoe da base governista deveriam compartilhar os cargos na CPI dasONG’s.