Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Almeida Lima (PMDB-SE) foi indicado hoje para relatar as duas últimas representações (terceira e quarta) por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O anúncio da escolha do relator foi feito pelo próprio presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO).Quintanilha também anunciou que decidiu juntar as duas representações por elas terem correlação entre si. "A unificação é possível porque as duas guardam conexão entre si. O representado é o mesmo, o senador Renan Calheiros, e também é o mesmo o objeto da denúncia", disse. O presidente do conselho disse que decidiu pela unificação das representações após consulta à assessoria jurídica do Senado. A terceira representação contra Renan foi apresentada pelo PSDB e pelo DEM. Esses partidos pedem que o Senado investigue denúncias de que Calheiros teria comprado duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas, em sociedade com o ex-deputado João Lyra. Segundo as denúncias, o senador Renan teria utilizado terceiros (laranjas) para a realização dos negócios, evitando assi o aparecimento do seu nome como proprietário.Já a quarta representação, que foi feita pelo P-SOL, pede que o Senado investigue denúncias de que Renan Calheiros e o lobista Luiz Garcia Coelho teriam montado um esquema para desviar recursos  públicos de ministérios comandados pelo PMDB. A escolha do relator, segundo Leomar Quintanilha, foi feita através de consultas que ele fez a alguns senadores do Conselho de Ética. "Alguns consultados não aceitaram a missão. Eu exclui das consultas senadores que integram os partidos que fizeram as representações - P-SOL, DEM e PSDB". Questionado sobre se a escolha de um senador que tem declarado favorável ao arquivamento das representações, Quintanilha disse que cabe ao relator fazer as investigações e que ao Conselho de Ética cabe decidir se aprova ou não o parecer do relator.O senador Almeida Lima foi um dos três relatores da primeira representação contra o senador Renan Calheiros, quando apresentou voto em separado propondo o arquivamento da denúncia por considerar que não haviam provas consistentes de que o senador não teria rendimentos suficientes para pagar uma pensão de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.