Catadores querem trabalhar na sua origem, que são as ruas, diz presidente de cooperativa

01/10/2007 - 19h40

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da cooperativa Unidos peloMeio Ambiente, Roberto Laureano, que também integra a coordenação nacional do MovimentoNacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), avalia que, apesar dos avanços registrados, existem ainda “trêsleões a serem enfrentados de frente” pelos catadores.

São eles: a revitalização dos grandes centros urbanos, as medidas de "higienização" contra moradores de rua e a terceirização  do trabalho.

Segundo ele, emgrande parte das cidades, esse é um  modo de  impedir os catadores defazerem suas coletas nas ruas.

“Comuma política de higienização, os catadores não têm direito às ruas. Eaí temos um grande enfrentamento pela frente para de fato garantiras ruas”.

Ele acrescenta que, mesmo com as condições ecom o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES) para  a organização das cooperativas,  oscatadores não querem deixar as ruas.

“Queremos nos manter trabalhandoem nossos galpões, com estrutura, com mais apoio do BNDES, mas mantendoa nossa coleta seletiva, o nosso trabalho a partir da origem. E nossaorigem são as ruas”.

De acordo com ele, em doisanos os catadores pretendem voltar ao BNDES para  fazer uma "grandeavaliação", de modo a provar que os recursos foram destinados à inclusão dos catadores, que hoje chegam a cerca de 850 mil em todo o país.

“O MNCR confia muito em cada um de vocês. Por isso, pedimos que oscompanheiros tenham muita responsabilidade. Que oscompanheiros possam de fato agregar mais catadores nesse processo, e termelhor condição de vida no seu trabalho”.