Número de doadoras e volume de leite materno coletado aumentam em todo o país

01/10/2007 - 18h19

Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Como slogan “Para você é leite, para a criança évida. Doe leite, a vida agradece”, o Ministério da Saúdecomemorou hoje (1º) o Dia Nacional deDoação de Leite Humano. Durante asolenidade, realizada em Brasília, foi lembrada a atuaçãoda Rede Nacional de Bancos de Leite Humano, que registrou entre 2003e 2007 aumento de mais de 50% no volume de leite materno coletadoe no número de doadoras.

Deacordo com dados do Ministério da Saúde, a médiaanual no número de doadoras passou de 58 mil para mais de 90mil em todo o país. Isso permitiu que o volume de leite humanocoletado passasse de 83 mil litros por anopara 130 mil litros anuais. 

Oministério também anunciou a implantaçãode mais cinco bancos de leite humano nos estados de Alagoas,Maranhão, Piauí, Tocantins e Amazonas. Hoje, funcionam185 unidades do banco de leite humano e 17 postos de coleta. Estãosendo investidos cerca de R$ 200 mil nessa ampliação.

Segundo odiretor do Departamento de Ações Programáticas eEstratégicas do Ministério da Saúde, AdsonFrança, a rede de bancos de leite humano noBrasil é a maior do mundo. Eleinformou que o Brasil vem transferindo tecnologias, como apasteurização, para outros países da AméricaLatina, da África e Europa Ocidental.

Françasalientou também que a doação éfundamental, não só porque é um gesto de amor esolidariedade, mas porque possibilita “desenvolver uma rede depessoas que estão comprometidas em melhorar a vida de recém-nascidos”. Para ele, o leite humano e a ampliação daquantidade de litros de leite vêm permitindo a queda da mortalidadeneonatal no país. “Quanto mais doadoras, quanto mais litrosde leite humano tivermos disponíveis, maiores as possibilidadesdos gestores brasileiros ajudarem a sociedade a diminuir amortalidade neonatal”, afirmou.

ParaAdson França, apesar de termos a maior rede bancos de leitehumano e “um quantitativo considerável”, é precisomelhorar as doações porque “o Brasil é um paísde dimensões continentais, com 5.564 municípios, pelomenos 275 deles com mais de 100 mil habitantes. Então, nóscomemoramos, mas ainda é pouco para a potencialidade doSistema Único de Saúde (SUS), da rede, do apoio da SociedadeBrasileira de Pediatria e dos profissionais”.

Ocoordenador da Rede da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano,vinculada ao Ministério da Saúde, João Aprígio,disse que os bancos de leitehumano setransformaram, ao longo das duas últimas décadas, numa das mais importantes estratégias dentro doPacto Nacional de Redução da Mortalidade Materno eNeonatal. Com essa rede, acrescentou Aprígio, "conseguimos, dentro do SUS, atender cerca de130 mil recém-nascidos prematuros, de baixo peso, que sãointernados anualmente nas unidades de terapia intensiva esemi-intensiva no Brasil. OMinistério anunciou também a implantaçãodo primeiro software livre, desenvolvido pelo Banco de Dados doSistema Único de Saúde (Datasus) em parceria com aFundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Este programa fazparte do sistema de garantia de qualidade de Rede Nacional de deBancos de Leite Humano.

Oprograma será disponibilizado para os 27 centros de referênciaestaduais de bancos de leite humano no país e vai possibilitarordenar métodos de controle através de planilhas, bemcomo identificar a qualidade dos serviços prestados.

SegundoAprígio, com esse sistema, qualquer dificuldade enfrentada porqualquer banco de leite, será possível solucionarpela  internet, pedindo ajuda em tempo real ao Centro deReferência Nacional, localizado na Fiocruz do Rio de Janeiro,que poderá fazer uma auditoria do sistema de controle dequalidade, prestando o apoio na solução de problemas.

Osinteressados poderão adquirir o novo programa atravésdo endereço eletrônico www.redeblh.fiocruz.br.