Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Embora a taxa de analfabetismo entre as pessoas com 15 anosou mais tenha apresentado uma queda de quase 30% no período que vai de 1996 e2006, ainda existem mais de 14 milhões de brasileiros nesta situação. Esseresultado faz com que o Brasil figure entre os onze países que estão emsituação considerada grave pela Unesco (com mais de 10 milhões de pessoasanalfabetas). Também integram esse grupo Indonésia, China, Etiópia e Nigéria.A constatação é de um estudo divulgado hoje (28) peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com olevantamento, a queda é nítida, mas ocorre em ritmo lento, apesar dos esforçosde implementação de políticas públicas específicas.Os dados apontam que o analfabetismo está concentrado nascamadas mais pobres, nos mais idosos, entre aqueles de cor preta ou parda e naslocalidades menos desenvolvidas. Apesar disso, dos 2,5 milhões de pessoasatendidas por cursos de alfabetização e de educação de jovens e adultos, quase40% residiam no Sudeste e apenas 6,6% tinha idade superior a 60 anos. Já emrelação à cor, as pessoas que se auto-declaram pretas ou pardas representaram59,9% dos atendidos por esses cursos.O estudo destacou, ainda, que entre os jovens de 15 a 24 anos houve importanteredução do analfabetismo, chegando a 5,8% em 2006. Os indicadores específicospara essa faixa etária fazem parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênioe são monitorados pela Organização das Nações Unidas (ONU).