Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Solicitações de mudanças na legislação, para assistência técnica e que não foram atendidas, são as principais preocupações dos familiares das vítimas do acidente com o vôo 1907 da Gol, que completa um ano hoje (28). “O que mais tem ainda nos agoniado está diretamente relacionado às solicitações que nós fizemos à Câmara e ao Senado Federal”, afirmou Jorge André Cavalcante, que perdeu o sobrinho de 26 anos no acidente, em entrevista à Radiobrás.“Nós fizemos várias solicitações a eles, eles acataram as nossas solicitações, só que para nós continuamos como se não estivesse acontecendo nada”, diz Cavalcante. Foram três os pontos que os familiares pediram que fossem incluídos na legislação relativa a acidentes aéreos.O primeiro é a criação de um plano de assistência médica e psicológica e com pagamento de medicação para os parentes. O segundo ponto é que se crie uma instituição de assistência às famílias no governo. O terceiro ponto é a atualização do valor do seguro-reta, pago às pessoas que perderam familiares em acidentes aéreos.Esse seguro é a primeira indenização que os familiares recebem, até que a Justiça julgue outros pedidos de indenização e que sejam feitos acordos com a companhia aérea. De acordo com Cavalcante, atualmente o valor está em torno de R$ 14.200, valor nominal de 30 anos atrás. Atualizado, ele estaria em cerca de R$ 140 mil.“São três pontos importantíssimos que nós não vimos nada acontecer, só ouvimos palavras, só ouvimos apoio, mas nós queremos concreto, objetivo, que as coisas se efetivem”, reivindica. Ele diz que essas reivindicações sejam transformadas em leis, pois, “se cair outra aeronave no Brasil, todas as pessoas estarão passando o mesmo sofrimento que nós, pedindo 'pelo amor de Deus' às pessoas e às instituições que nos ajudem”.Sobre as investigações e os processos que correm nos Estados Unidos, Jorge Cavalcante afirma que mais de 90 famílias de vítimas entraram com processo naquele país. O juiz da corte de Nova York responsável pelo caso, J. Cogan, já ouviu todas as partes envolvidas e deve se manifestar sobre a procedência ou não das ações, se elas podem ser julgadas lá, ainda em outubro, de acordo com Cavalcante.