Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo quer instalar até 2008 pelo menos uma biblioteca em cada município, a fim de contribuir para a redução da desigualdade cultural e de permitir a todos os brasileiros o acesso ao livro e à leitura, anunciou hoje (28) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante solenidade comemorativa dos 110 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. "Tão importante quanto a ajuda da distribuição dos bens materiais é a partilha eqüitativa da riqueza cultural dos povos, para que todos possam se beneficiar das oportunidades de conhecimento e prazer que as obras artísticas propiciam", disse Lula, ao lembrar que em 2003 havia 1.173 municípios sem biblioteca e que hoje esse número caiu para 613.Lula afirmou que a ABL e seu governo têm um objetivo comum – "o de difundir cada vez mais o livro e a literatura no país". Destacou que desde 2004 "isentamos completamente, de tributos federais, a publicação de livros" e que em 2006 "criamo o Plano Nacional do Livro e Leitura, que articula e sistematiza dezenas de ações, projetos e programas de incentivo à leitura em todas as regiões do país". Segundo o presidente, "nosso propósito é implantar uma política de Estado para o livro e a leitura, construída em diálogo com a sociedade que transcenda este ou aquele governo e garanta programas permanentes e ações continuadas de fomento ao setor". Sobre a Academia, Lula disse que é um exemplo "de convívio plural, democrático e tolerante". A entidade é composta de 40 membros efetivos, eleitos em votação secreta, e 20 sócios correspondentes estrangeiros. Ao longo dos seus 110 anos, cerca de 300 nomes expressivos da política, das artes, da ciência, da administração e, em particular, da cultura, fizeram parte dos quadros da ABL, que tem por objetivo o cultivo do idioma e da literatura brasileira.