Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A proporção de crianças e adolescentes com até 14 anos deidade vem caindo a cada ano no país. Em 2006, o percentual em relação ao totalda população era de 26%, que corresponde a 48,6 milhões de pessoas nessa faixaetária, bem abaixo da taxa de 1996, que era de 31,2%. De acordo com projeçõesapontadas na Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje (28) pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o ano de 2015 essa proporçãodeve atingir 25,7%.O levantamento também confirmou a relação entre rendimentofamiliar e acesso à educação infantil. Apenas uma em cada dez crianças de zeroa três freqüentava creche entre as famílias com rendimento mensal per capitaaté meio salário mínimo. Já entre famílias com rendimento mensal superior atrês salários mínimos, o percentual é quatro vezes maior: quatro em cada dezestavam matriculadas em estabelecimento de ensino infantil.De acordo com o estudo, essa relação é alterada nas faixasseguintes porque o ensino fundamental é obrigatório e está quase universalizadono país. Além disso, a cobertura é feita em sua maior parte por escolaspúblicas. As disparidades em função das faixas de renda voltam a ser sentidasna hora de ingressar no ensino médio. Nessa fase, sete em cada dez criançasfreqüentam a escola entre aquelas que pertencem a 20% das famílias mais pobres.Já na faixa oposta, entre os 20% mais ricos, nove em cada dez estãomatriculados em escolas do ensino médio.A Síntese de Indicadores Sociais, lançada pelo IBGE,traça uma radiografia da realidade social brasileira a partir dos dados daPesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006.