Ministério Público de Mato Grosso move ação contra ex-parlamentares acusados de corrupção

28/09/2007 - 16h36

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso moveu ação de improbidade administrativa contra o ex-senador Carlos Bezerra e sua mulher, a ex-deputada federal Teté Bezerra, pedindo a suspensão dos direitos políticos de ambos e o ressarcimento dos bens de que teriam se apoderado, no caso da máfia dos sanguessugas, além do pagamento de multa. Segundo nota divulgada pelo MPF-MT, a ação tem também o objetivo de impedir que os ex-parlamentares realizem contratos com o Poder Público ou recebam benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa juridica de que sejam sócios.De acordo com o MPF-MT, como integrantes da máfia, especializada na apropriação de recursos públicos, mediante superfaturamento de preços e manipulação de licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios brasileiros, cabia a Teté e Carlos Bezerra apresentarem emendas ao orçamento geral da União e atuar junto ao Ministério da Saúde, no sentido de agilizar a liberação das verbas, contemplando municípios mato-grossenses de interesse da máfia. Conforme a ação impetrada pelo Ministério Público Federal, em contrapartida à atuação de Carlos e Teté Bezerra, ficou acertado que Luiz Antônio Vedoin, considerado um dos chefes da máfia, entregaria ao casal a quantia de 45 mil reais, a título de doação de campanha. Ainda segundo a nota, a ex-deputada não apresentou emendas individuais, mas era responsável pela destinação das emendas orçamentárias da bancada de Mato Grosso. Ela apresentou ao Ministério da Saúde a relação dos municípios que seriam beneficiados com a emenda de bancada para compra de ambulâncias. As empresas vencedoras da licitação eram integrantes da máfia e atendiam aos municípios alvo do recebimento das verbas para a aquisição dos veículos. De acordo com o MPF, Carlos Bezerra não apresentou nenhuma emenda, mas "se comprometeu a fazê-lo, se fosse reeleito".