Desigualdades raciais persistem nos indicadores de educação, trabalho e renda

28/09/2007 - 18h13

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As desigualdadesraciais entre a população brasileira continuamevidentes no que diz respeito à educação e àparticipação econômica. A constataçãoé de um estudo divulgado hoje (28) pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE).A Síntese deIndicadores Sociais, que traça uma radiografia da realidadesocial brasileira, com base nos dados da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílios (Pnad) 2006, aponta que quase sete emcada dez analfabetos são pessoas identificadas como preta ouparda. Segundo o estudo, eles totalizam 10 milhões de pessoasem todo o país.Enquanto a taxa deanalfabetismo entre os indivíduos com 15 anos ou mais de idadefoi de 6,5% para os brancos, para pretos e pardos o índice émais que o dobro: 14%. Os brancos também estudam, em média,dois anos a mais do que os pretos e pardos. Enquanto aquelespermanecem na escola por 8,1 anos, estes se dedicam aos estudos por6,2 anos.Outra diferençaque o levantamento evidencia é em relação aograu de escolaridade. 56% dos brancos estão na universidade,mas apenas 22% dos pretos e pardos alcançam esse nívelde estudo. A conseqüência dessa desigualdade apontadapelos dados do IBGE é refletida também nos rendimentos.Entre o grupo composto pelos 10% mais pobres,os brancos correspondiam a 26,1% do total, enquanto pretos e pardosrepresentavam 73%. Já no grupo formado pelo 1% mais rico asituação se inverte: os brancos, com presençamais forte, somavam 86%; pretos e pardos eram 12% do total.Oestudo aponta também que mesmo quando o grau de escolaridade ésemelhante, os rendimentos dos brancos são em média 40%maiores do que de pretos e pardos.