Informações das empresas definirão as operações em Congonhas, diz nota da Anac

14/09/2007 - 21h55

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A definição quanto aos modelos de aeronaves que poderão utilizar o Aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, só sairá após análise, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos cálculos de desempenho e adequação de cada avião ao novo tamanho das pistas de Congonhas.

Hoje (14), a Anac enviou às empresas aéreas ofício solicitando que elas apresentem as informações relativas às operações até a madrugada deste sábado (15), horas antes de entrar em vigor a decisão do Ministério da Defesa de reduzir as áreas de pouso e decolagem das duas pistas de Congonhas – o aeroporto abre às 6 horas.

Com base nessas informações, os técnicos da agência irão definir quais tipos de aeronaves deixarão de operar em Congonhas. As empresas que não enviarem os dados solicitados ou que não tiverem a metodologia de um determinado avião aprovada serão impedidas de operar no aeroporto.

Segundo a Anac, também neste sábado será emitida uma Notificação aos Aeronavegantes para declarar as novas disponibilidades no comprimento das pistas, definido pelo Ministério da Defesa, que constatou a necessidade de criação de áreas de escape em Congonhas, onde ocorreu o acidente com o Airbus A320 da TAM em que morreram 199 pessoas.

As áreas de escape reduzirão a extensão das áreas de pouso e decolagem. Com isso, empresas aéreas e pilotos terão de considerar que a pista principal tem 1.640 metros, e não mais 1.940 metros. A diferença de 300 metros será destinada às áreas de escape, que terão 150 metros em cada uma das cabeceiras. Já a pista secundária, que hoje opera com 1.435 metros, passará a dispor de 1.195 metros.

Ao anunciar a medida à imprensa, ontem (13), o ministro Nelson Jobim destacou as limitações às operações em Congonhas: a pista principal continuará com restrições em dias de chuva e secundária não receberá mais aviões de grande porte, das categorias 3 e 4. Em nota, a Anac confirmou que inicialmente não haverá mudanças visuais nas pistas, nem mesmo alteração na pintura das faixas, já que as atuais referências para pouso e decolagens serão mantidas.

A Anac e Ministério da Defesa defendem que as empresas terão de se adequar às restrições e operar com aeronaves mais leves, cuja performance seja compatível com as limitações nas pistas. A pintura de novas marcações de toque de pouso e decolagem está condicionada ao reposicionamento dos sistemas GS (Glide Slope – ondas de rádio pelas quais as aeronaves passam) e do Papi (sistema de iluminação térrea de pista). Estas providências deverão ser tomadas conjuntamente pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), administradora do aeroporto, e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).