Longas distâncias e pouca urbanização justificam índice de abastecimento na Região Norte

14/09/2007 - 20h02

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Grandesespaços territoriais e crescimento pouco concentrado sãoalgumas das razões para o baixo índice de abastecimentode água nas Região Norte do país, na avaliaçãodo diretor de Articulação Institucional da Secretariade Saneamento do Ministério das Cidades, SérgioGonçalves. “A prestação do serviçoatravés de rede não é tão fácilcomo numa região concentrada. Há uma dificuldade umpouco maior de atender a todas as pessoas, principalmente na árearural", justifica.A PesquisaNacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006, divulgadahoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), mostra que mais da metade dos domicílios do Acre, Paráe Rondônia não são atendidos, embora o índicegeral de abastecimento da Região Norte tenha subido de 55,6%em 2005 para 56,1% em 2006.A situaçãoé bem diferente em São Paulo e no Distrito Federal –nessas regiões o índice de casas sem abastecimento deágua não passa dos 10%. Gonçalves acredita quea eficiência dos prestadores de serviços de saneamentocontribui para os números positivos, especialmente no Sudestedo país. “Temos empresas tanto estaduais quanto municipaisque têm uma organização e uma gestão muitobem estruturada e conseguem dar resposta mais rápida àdemanda da população”, afirma.Eleacredita que um dos maiores desafios do país, na áreade saneamento, é a ampliação da rede de coleta etratamento de esgotos. De acordo com Pnad, em 2006 um terçodos domicílios do país não contavam com qualquertipo de tratamento de esgoto. O esgotamento sanitário por redecoletora chegava a 48,5% das moradias, 3,3% a mais que no anoanterior. Outras 22,1% contavam com fossa séptica - tanque doméstico de tratamento de esgoto, muito comum nasáreas rurais. “Não há dúvidade que o nosso grande desafio ainda é com o esgotamentosanitário, que é coletar e tratar. Com isso, vamosestar colaborando fortemente para questões de saúdepública e para a recuperação dos mananciais”,destaca.Osrecursos previstos no Programa de Aceleramento do Crescimento(PAC) entusiasmam o diretorde articulação institucional da secretaria desaneamento do Ministério das Cidades, Segundo ele, para ospróximos quatro estão previstos estão previstosR$ 10 bilhões por ano, em média – de 2003 a 2006 ogoverno federal investiu RS$ 12,5 bilhões no setor. “Comesses valores, vamos poder manter esse crescimento de atendimento adomicílios e, aos poucos, começar a cobrir nossopassivo histórico. Mas esse éum processo um pouco mais lento e vai levar alguns anos atéque possamos ter a universalização da prestaçãodos serviços de água, esgoto e tratamento de lixo”,estima.