Queimadas causam problemas de saúde e chegam a atrapalhar aeroportos

14/09/2007 - 19h34

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além deproblemas para o meio ambiente, as queimadas registradas no períododa seca podem provocar problemas para as pessoas que moram nasregiões atingidas. Segundo o superintendente da DefesaCivil do Mato Grosso, Major Abadio José da Cunha Junior, abaixa umidade relativa do ar e dificuldade de dissipaçãoda fumaça provocam uma concentração da fumaçasobre os grandes centros, aumentando a poluição.“Tivemos dias terríveis, quando a fumaça nãose dissipou e a cidade [Cuiabá] ficou tomada pelafumaça”, relata.Mesmo sendo proibida a prática,por lei estadual, entre 15 de julho e 15 de setembro, algunsprodutores insistem em fazer queimadas em suas propriedades, o queagrava a situação, segundo Cunha. Ele lembra problemasno aeroporto e em estradas da região, devido à fumaça.Os problemas de saúde tambémpreocupam a defesa civil do Mato Grosso. O superintendente afirma quemunicípios no estado já registram excesso de pessoasnos pronto-socorros por causa de problemas respiratórios.Segundo a Secretaria de Saúde de Cuiabá, a baixaumidade aumentou em 20% o número de pacientes com problemasrespiratórios no pronto-socorro e em policlínicas domunicípio na semana passada.No Aeroporto Marechal Rondon, emVárzea Grande, a 10 quilômetros do centro da capitalmato-grossense, o controle de pousos e decolagens está sendofeito desde a última segunda-feira (10) por instrumentos, porcausa da falta de visibilidade e da intensidade das fumaças naregião, gerada pelas queimadas em todo o estado. Mas, segundoa EsaInfraero, não há registro de atraso nemcancelamento de vôos.No Distrito Federal (DF), apesar da baixaumidade relativa do ar, as queimadas não têm provocadoefeitos significativos à população, de acordocom o subsecretário do Sistema de Defesa Civil, coronel LuizCarlos Ribeiro da Silva. “As pessoas mais próximas aoslocais em que houve queimadas sentiram os resíduos dasqueimadas e o cheiro da fumaça, mas nada que trouxesse nenhumproblema que tenha chegado ao conhecimento da Defesa Civil”,afirma.O órgão tem orientadoa população do DF a não jogarpontas de cigarros em gramados e não queimar lixos emterrenos, especialmente próximos ao cerrado. “A populaçãotem que entender que o meio ambiente é uma responsabilidade detodos”, alerta Silva.