Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, afirmou hoje (14), no Rio de Janeiro, que o Brasil está “de fato” em uma rota de crescimento sustentado e previsível, com aumento de investimentos, geração de emprego e renda e crescimento do consumo interno do país.Em palestra durante a 4ª Conferência Brasileira de seguros, resseguros, previdência privada, saúde suplementar e capitalização (4ª Conseguro), Meirelles avaliou que o grande desafio do país foi aumentar a previsibilidade da sua economia de modo a atrair os investimentos e, em conseqüência, o aumento do horizonte do planejamento das empresas, levando ao crescimento da economia, com geração maior de emprego e de renda. “Isto é o que eu chamo de os dividendos da estabilidade. O Brasil hoje tem condições de oferecer a oportunidade de que todos [trabalhem] com tranqüilidade, partindo do pressuposto de que a macro-economia vai estar equilibrada, abrindo possibilidade para que os setores produtivos possam se concentrar na micro-economia, ou seja em investir para gerar emprego e renda e promover a melhoria das condições de vida da população brasileira".Depois de avaliar que o Brasil deverá crescer 4,7% este ano, como previsto na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central disse que o país tem hoje uma economia muito mais robusta e menos vulnerável a crises externas.“A grande mensagem que eu tenho a satisfação de dar hoje aqui é a de que desta vez o Brasil está de fato em uma rota de crescimento sustentado e previsível. Durante muito tempo no Brasil nos preocupamos com o custo da estabilização e não tínhamos uma experiência concreta dos seus benefícios. Hoje nós estamos vendo estes benefícios”. “Se nós avaliarmos a trajetória da inflação acumulada nos últimos doze meses desde 200, com pequena exceção, nós vamos ver que ela tem uma trajetória de deflação bem sucedida que acabou na convergência para a trajetória de metas como ocorre hoje”, disse. Na avaliação do presidente do Banco Central, é importante que o crescimento hoje esteja sustentado em uma economia balanceada. Para ele, o que se vê é uma economia que está com uma inflação consistente com a trajetória de meta, com saldo em conta corrente forte, que tem um nível de reservas internacionais importantes e que está preparada para passar por momentos de turbulências. "Uma economia que tem um setor fiscal apresentando superávits primários, que tem uma relação dívida/PIB cadente e que, portanto, está crescendo - de um lado pela demanda doméstica [pelo consumo] e de outro pelos investimento e que pelo lado da oferta dá destaque à indústria”.