Deborah Souza
Da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde e os países da América Latina se reúnem até amanhã (30) em Brasília, para discutir as implicações do novo Regulamento Sanitário Internacional, a preparação para uma auto-avaliação que todos os países deverão fazer nos próximos meses. O objetivo é dar a cada país condições o apoio técnico que permita assinar o requerimento de vigilância sanitária. O Regulamento Sanitário Internacional é um documento oficial da OMS que ampara juridicamente os países-membros e recomenda cumprimento de normas e preceitos, com vistas a assegurar o máximo de segurança contra a disseminação de doenças.Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o diretor de Vigilância Epidemiológica para as Américas da Organização Mundial de Saúde (OMS), Jarbas Barbosa, disse que todos os anos é lançado um relatório que chama a atenção dos governos, ministérios da Saúde e da população para um tema importante para a saúde mundial. Neste ano, o tema é "A segurança sanitária global". “Esse tema veio à tona porque em primeiro lugar, nos últimos anos, em decorrência de desmatamentos, mudanças climáticas, mudanças de hábitos das pessoas, globalização, viagens internacionais, apareceu um número sem precedentes na história de novas doenças”, informou Barbosa.O diretor disse que em junho deste ano, entrou em vigor o novo regulamento sanitário internacional, aprovado pelos 192 países da Assembléia Mundial da Saúde da OMS. De acordo com ele, o novo regulamento dá um prazo de cinco anos para que todos os países possam considerar boa a vigilância, e que tenham capacidade de detectar e de conter as doenças. “Se um país rico e desenvolvido tem apoio e infra-estrutura, mas um pequeno país pobre da África não tem, uma doença surgida no país pobre pode atingir o país rico e causar um problema muito grande. A única maneira de estarmos preparados é se, em cada país, tivermos condições de ter um sistema de vigilância capaz de detectar rápido e conter na fonte [a doença]”.