Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO) disse, hoje que lhe causou "estranheza" o fato de a Consultoria Legislativa do Senado emitir dois pareceres antagônicos sobre a forma de votação, pelo Conselho de Ética, da conclusão das investigações para saber se o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) teve contas pessoais pagas por terceiros.O partido Democratas (DEM) apresentou hoje (29) parecer assinado pelo consultor legislativo Arlindo Fernandes de Oliveira entendendo que o relatório por quebra de decoro parlamentar, no Conselho de Ética, deve ter votação aberta. O parecer encomendado pelo líder do partido, José Agripino Maia, ressalva que a exemplo do que acontece em outras comissões, o presidente do conselho poderá requerer ao plenário que a sessão seja reservada o garantiria a votação secreta.Quintanilha afirmou que desconhece este parecer. "Vou tomar conhecimento dela para saber quem assinou e porque o posicionamento divergente. A que eu fiz foi ao Consultor Geral e ele corrigiu o trabalho de um grupo de consultores da Consultoria Legislatura do Senado. É a quem eu tenho que recorrer", afirmou. O senador disse, ainda, que pretende concluir o processo de votação amanhã. Para isso, ele destacou que em caso de pedido de vistas do relatório, a sua decisão será conceder o menor prazo possível.Quanto a nota técnica que recebeu do Conselho Legislativo, Quintanilha afirmou que ela apenas recomenda o voto secreto, sem entrar no mérito de um parecer estritamente técnico por parte da comissão de relatores. Neste sentido, o senador disse que não pretende interferir na opinião dos relatores."Eles vão manifestar a opinião deles. Como não interferi em fase nenhuma do processo. Se eles apresentarem o voto conclusivo amanhã, será conclusivo que será submetido. Vou submetê-lo a apreciação do conselho".Ontem, os relatores Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) afirmaram que, pelo entendimento da consultoria legislativa, não poderiam manifestar seus votos pela cassação de Renan ou pelo arquivamento do processo. Segundo eles, o voto secreto só admitiria a apresentação de um relatório descritivo das investigações realizadas.