Operação Zebra prende 12 pessoas acusadas de participar de esquema ilegal de jogos

29/08/2007 - 14h09

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Doze pessoas entre empresários, advogados, policiais e funcionários de loterias on-line, foram presas nesta quarta-feira, na capital pernambucana, durante a Operação Zebra, deflagrada pela Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco, em parceria com a Receita Federal. Um dos investigados é o proprietário da rede de loterias Monte Carlos, Carlos Alberto Ferreira da Silva, de 48 anos. Os agentes federais lacraram, durante a operação policial, mais de mil máquinas de caça-níqueis, em 13 pontos de apostas da capital e região metropolitana.Segundo o superintendente da Polícia Federal, Jorge Pontes, há indícios de que o grupo usava loterias eletrônicas como fachada para praticar crimes de contrabando, sonegação fiscal, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro. Ele disse que a quadrilha atuava também na Paraíba, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e São Paulo. Pontes informou o que vai acontecer com os envolvidos. “Os investigados irão permanecer cinco dias presos temporariamente e serão interrogados pelo delegado que conduz o inquérito. A ação visa fortalecer evidências sobre o cometimento dos crimes apurados”, disse.O trabalho de investigação, que vinha sendo feito pela Polícia Federal juntamente com o Ministério Público Federal, começou há quatro meses. O início foi após denúncia de tráfico de entorpecentes em uma aeronave particular, que vinha de São Paulo, com destino a Recife e pousou no aeroporto dos Guararapes. A droga não foi encontrada mas a polícia apreendeu no local, um lap-top, que pertencia ao líder do grupo e a quantia de R$ 753 mil. Depois de perícias no notebook, os investigadores chegaram a conclusão da existência da organização criminosa, que possui uma fábrica de máquinas caça-níqueis em São Paulo e aluga equipamentos para bingos do estado e de estabelecimentos em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.O superintendente-adjunto da Receita Federal, Aloísio Oliveira, disse que o grupo movimentava uma média de R$ 100 milhões por ano, embora só declarasse legalmente 6% desse montante, o que representou prejuízos de R$ 180 milhões em impostos sonegados, nos últimos cinco anos. Além das prisões, a justiça determinou o seqüestro de bens dos envolvidos a exemplo de relógios importados, carros e apartamentos de luxo, lanchas, um helicóptero e um avião a jato,que contabilizam um patrimônio superior a R$ 50 milhões, segundo a Receita Federal. Caso sejam condenados pelos delitos, os integrantes da organização poderão cumprir penas que variam de 6 meses a 12 anos de reclusão.