Mulheres são maioria nas universidades, mas têm menos espaço no mercado de trabalho

29/08/2007 - 18h01

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar daqueda na desigualdade de gênero no Brasil, as mulheres aindaenfrentam discriminação no mercado de trabalho e naesfera política. O 3º Relatório de Nacional deAcompanhamento dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio(ODM), divulgado hoje (29) pela Presidência da República,mostra que as mulheres predominam nas universidades, mas aindarecebem menos que os homens.

“Asdesigualdades de gênero e raça vêm diminuindo, maspermanecem altas, principalmente no mercado de trabalho e nas esferasde poder”, afirmou a coordenadora-presidente do Sistemadas Nações Unidas no Brasil, Kim Bolduc.

Segundo o relatório, asmulheres têm mais acesso que os homens ao três níveisde escolaridade: fundamental, médio e superior e, quanto mais se avança na escala deescolaridade, maior a proporção de mulheres entre osestudantes. A diferença se acentua na chegada àuniversidade, onde o número de mulheres é 30,8% maiorque o de homens. Os dados utilizados são da Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) de 2005.

Entretanto, oavanço educacional não garante a entrada das mulheresno mercado de trabalho e o acesso a salários iguais aos doshomens que ocupam a mesma posição. Em 2005, 74,3% doshomens com 10 anos de idade ou mais trabalhavam ou estavam àprocura de emprego, enquanto apenas 52,9% das mulheres estavam namesma situação

Segundo orelatório, 17% das mulheres brasileiras sãotrabalhadoras domésticas, e esse alto númerorevela a precariedade do trabalho feminino no Brasil. Em 2005, maisda metade delas não tinha carteira de trabalho.

Na esferapolítica, o número de mulheres eleitas para o CongressoNacional e para o Poder Executivo aumentou nos últimos anos,mas o Brasil ainda ocupa o 67º lugar entre 115 paísesavaliados num ranking de participação políticafeminina elaborado pelo Fórum Econômico Mundial em 2006.Dos 513 deputados da Câmara, por exemplo, apenas 45 sãomulheres, menos de 10% do total.

Emcontrapartida, cresceu o número de magistradas na Justiçabrasileira e pela primeira vez, uma mulher assumiu a presidênciado Supremo Tribunal Federal, a ministra Ellen Gracie, que ocupa oposto desde 2006.

Promovera igualdade entre os sexos e a autonomia da mulheres é um dosoito Objetivos do Milênio (ODMs), que foram lançados em 2000 durante a Cúpulado Milênio das Nações Unidas, com a adesãode 189 países, entre os quais o Brasil.