Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou ontem (28) um depósitoclandestino de combustível localizado em Duque de Caxias, na BaixadaFluminense. O local, descoberto apartir de uma denúncia feita à Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados(DDSD), da Polícia Civil, era utilizado para adulterar gasolina e álcool.Além dediversos materiais usados para fazer misturas, os policiais civis encontraramum caminhão-tanque carregado com 10 mil litros de gasolina. Uma períciapreliminar confirmou alterações combustível que, de acordo com a nota fiscalapreendida, iria abastecer um posto na zona Oeste do Rio. Ninguém foiencontrado no local e a Polícia trabalha para identificar o proprietário doterreno e do caminhão e também para saber quais eram as empresas que estavamsendo abastecidas pelo depósito.Hoje (29), técnicos da Agência Nacional do Petróleo(ANP) coletaram amostras do combustível que foram encaminhadas para análisedetalhada em um laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Só na última semana, quatro postos, no estado do Rio,foram interditados pela ANP por comercializar combustíveis fora dasespecificações permitidas.De acordo com inspetor da DDSD, Juarez Júnior, quecoordenou a operação em Duque de Caxias, há seis meses a delegacia investigalocais que possam estar fornecendo combustíveis adulterados para postosfluminenses.Segundo o Júnior, informações revelam que há mais deuma dezena de depósitos clandestinos na região de Duque de Caxias. “As nossasinvestigações apontam que nessa localidade existem vários pontos iguais a esseaqui, que estamos identificando”. E explicou: “Eles compram na distribuidoraprincipal o produto bruto, sem nenhuma adulteração. Nesses pontos adicionamoutros produtos, os solventes, ganham mais volume e distribuem prejudicando oconsumidor final. Para isso eles constituem firmas, normalmente põem em nome depessoas que até desconhecem que são proprietárias de empresas, os laranjas”.Júnior informou que compradores de combustíveis juntoàs distribuidoras estão sendo investigados pela polícia para identificar asempresas fantasmas utilizadas na rede de adulteração de combustíveis. De acordo com a ANP as irregularidades emcombustíveis no Rio ocorrem geralmente na gasolina, ou pelo excesso de teor deálcool ou pela adição de solventes. Neste ano, os fiscais da Agênciapercorreram 1221 postos no estado do Rio, que resultaram em 71 interdições e322 autuações.Ospostos que comercializam produtos fora das especificações da ANP estão sujeitosà multa, que varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.