José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além das quatro aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) com alimentose remédios enviadas ao Peru após o terremoto de dez dias atrás, quedeixou 503 mortos e cerca de 1,5 mil feridos, profissionais sedeslocaram até o país vizinho para ajudar, acompanhar os trabalhos deresgate e recuperação das vítimas e aprender como agir nessas situações, de preferência de forma integrada com outros da região.O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por exemplo, enviou a psicólogaÂngela Coelho, especialista em atendimento emergencial e responsávelpelo desenvolvimento da área de psicologia das emergências e dosdesastres, numa parceria com a Defesa Civil, o Itamaraty e entidades naAmérica Latina. No Peru desde quarta-feira (22), está implantando oPrograma de Atendimento Psicossocial à comunidade de Pisco, cidade maisafetada pelo abalo sísmico.Hoje, em entrevista por telefone à Agência Brasil, Ângela contouque ficou “impressionada” com o quadro que encontrou em Pisco. “Acidade está destruída. Nunca tinha visto um desastre dessa magnitude, etanta destruição num mesmo local”, resume a psicóloga, que tem seteanos de experiência e já trabalhou, por exemplo, com vítimas de furacãono Caribe.“Esse evento vai servir para sabermos lidar com esse tipo deexperiência no Brasil, como em casos de enchentes. Nós queremos trocarexperiências: como se deve chegar no primeiro momento, os tipos deprocedimentos, como se organizar, escolha de locais de abrigo etc.Estou aqui para adquirir experiência, conversar com os profissionais devários países que estão atuando e ver também de que forma nós podemosajudar em outras situações de desastres”, frisa a psicóloga.Segundo ela, o Brasil, pela dimensão continental, tem muitosprofissionais capacitados para prestar atendimento em casos deemergências e desastres em seu território. “O que estamos tentandofazer, além de buscar experiência, é formar uma rede latino-americanapara que, havendo necessidade, possamos localizar rapidamente osprofissionais médicos para levá-los ao local do desastre”, sublinhaÂngela Coelho, que não tem trabalhado diretamente com as vítimas dotremor no Peru.