Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Embora nenhum caso de paralisia infantil seja diagnosticado em Pernambuco há 19 anos, a coordenadora do Programa Nacional de Imunização no estado, TerezaMaia, alerta que as medidas de prevenção aindasão necessárias. E, por isso, é importante participar da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, realizada hoje (25) para crianças de até cinco anos incompletos. “O vírus da doença, que atinge o sistema nervoso central,ainda está circulando em países da África e da Ásia, com os quais o Brasil mantémrelações econômicas. Temos notícia da ocorrência de 228 casos de poliomieliteno mundo, de janeiro a junho deste ano. Enquanto a doença não for erradicada,não podemos descuidar a guarda”, afirma.A coordenadora informa que está sendo realizado um sistema de buscaativa nos nove municípios pernambucanos que não conseguiram alcançar a meta deimunização de 95% das crianças, estabelecida pelo Ministério da Saúde, naprimeira etapa da campanha, em junho. “Os agentes comunitários de saúdee do programa de saúde da família começaram a rastrear as localidades dedifícil acesso para evitar que menores, de um a quatro anos, fiquem sem recebera vacina”.Pernambuco pretende imunizar 828 mil crianças, em mais de 5 mil postos espalhados pelos 184 municípios do estado e o distrito de Fernando deNoronha.Em 18 municípios da Zona da Mata, as crianças também serão avaliadas sobre condições de nutrição ealimentação. A iniciativa é promovida pelo governo do estado, em parceria com aUniversidade Federal de Pernambuco, Ministério da Saúde e prefeituras. De acordo com Jailson Lopes,coordenador estadual de Saúde da Criança, a idéia édelinear um perfil epidemiológico da situação alimentar e nutricional de meninos e meninas que habitam a região damonocultura de cana-de-açúcar.“Temos informações de que nesses municípios,existem indicativos de que a fome se faz presente nos períodos de entressafra,quando as usinas param as atividades, gerando desemprego. Esse levantamento vaiorientar o planejamento de políticas públicas diferenciadas tanto para corrigirdeficiência alimentar, como sobrepeso e obesidade, que também trazemcomplicações para a saúde e afetam a qualidade de vida”, declarou.A expectativa é de pesar e medir1.200 crianças, enquanto os pais respondem a um questionário que deve apontar se o desenvolvimento das crianças está compatível com a idade.Leia mais sobre a campanha nacional e a vacinação em São Paulo.