Genu só cumpria ordens do PP e não sabia de onde vinham os recursos sacados, diz advogado

22/08/2007 - 21h37

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A denúncia de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o ex-tesoureiro informal do PP, João Cláudio Genu, não está bem fundamentada porque o ex-assessor apenas obedecia a ordens superiores e não sabia a origem dos recursos sacados, avaliou o advogado Maurício Maranhão.O advogado apresentou hoje (22) a defesa de Genu no plenário do Supremo Tribunal Federal, que julga a abertura de ação penal contra 40 pessoas denunciadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por envolvimento no esquema de compra de votos conhecido como mensalão.Para Maranhão, Souza deixou de comprovar de maneira lógica que Genu tenha repassado parte dos R$ 4,1 milhões que o partido teria recebido entre 2003 e 2005. “A acusação de que Genu seria beneficiário dos valores recebidos não passa de pura criação mental do procurador-geral”, afirmou o advogado, ao alegar que o ex-assessor apenas cumpria ordens da cúpula do partido.Sobre a formação de quadrilha, o defensor questionou os argumentos utilizados pelo Ministério Público para tipificar o crime. “Para caracterizar formação de quadrilha não basta a co-autoria. É necessária a continuidade dos atos e a disposição para novos e futuros delitos”, rebateu. Ele negou que Genu tivesse conhecimento da origem do dinheiro que repassava aos parlamentares.Maranhão ressaltou ainda que, em todos os depoimentos prestados desde o início do caso, Genu foi coerente e não caiu em contradição. Também lembrou que, depois da revelação do esquema, Genu perdeu o emprego de assessor do partido.