UNE e MST protestam contra ação policial para desocupar Faculdade de Direito da USP

22/08/2007 - 13h28

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Policiais militares da Tropa de Choque de São Paulo retiraram na madrugada de hoje (22), por volta das 2h30, um grupo deestudantes e ativistas de movimentos sociais que estavam nointerior do prédio da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo(US`P), no Largo São Francisco, região central da cidade de São Paulo.Os manifestantes, em torno de 400, segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE),ocuparam o local com a intenção de permanecer no interior do prédio por24 horas, em ato que faz parte da Jornada Nacional de Lutas pelaampliação de vagas no ensino público. Hoje, às 15h, haverá um atopúblico, no Largo São Francisco, em repúdio à ação de desocupação.Em notas publicadas em seus sites, a UNE e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) classificaram a ação dos policiais militares de “truculenta”. Emseu comunicado, o MST acusou os policiais de agirem com agressão,salientando que “eles bateram em pessoas que estavam deitadas”.Deacordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Públicado Estado, no 1º Distrito Policial, onde foi registrado boletim deocorrências, 98 pessoas foram submetidas a exames de corpo delito porperitos do Instituto Médico legal (IML) e nenhum ferimento foiconstatado.Ainda segundo a assessoria, nenhum dos manifestantesfoi indiciado e todos foram liberados após prestarem esclarecimentos. O comandante da operação, coronel Álvaro Camilo,negou que a ação tenha sido violenta.Por meio de nota, os integrantes de movimentospopulares que participaram da ocupação declararam que o ato “pacíficoe simbólico” de ocupação visava defender a educação pública no país, a exemplo deoutras manifestações do gênero em diversos estados.A intenção,conforme esclareceram, era a de permanecer no local até às 17h dehoje (22), quando completaria 24 horas de ocupação e que tal decisãofoi tomada após negociação com a direção da faculdade.Ainda na nota, os ativistas argumentaram que a maioria foi surpreendida pela chegada de homens datropa de choque por volta das 2h e que o comportamento de“truculência não se via na Universidade de São Paulo desde a ditadura militar”.