Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-diretor de Publicidade do Banco do Brasil Henrique Pizzolato não pode ser incluído no inquérito criminal que denuncia o esquema de compra de votos conhecido como mensalão porque não tinha poderes para aprovar transações do banco. A defesa do ex-diretor foi feita pelo advogado Mário de Oliveira Filho, que representou o acusado no plenário do Supremo Tribunal Federal.Apontado como um dos mentores do mensalão na denúncia do Ministério Público Federal, Pizzolato é acusado de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Uma das origens dos recursos que teriam sido utilizados para comprar votos de parlamentares da base aliada no Congresso seriam contratos publicitários superfaturados do Banco do Brasil com a agência de publicidade SMPB, que tinha o empresário Marcos Valério de Souza como sócio.O advogado concentrou a defesa em dois argumentos. Primeiro, para desviar recursos do banco, Pizzolato precisaria do aval de toda a diretoria da estatal. Segundo ele, o ex-diretor foi denunciado “aleatoriamente” pelo Ministério Público. “Sozinho, Pizzolato não poderia pagar ninguém”, ressaltou. “Porque os demais diretores que com ele estavam no banco não foram denunciados?”Mário de Oliveira Filho afirmou ainda que as transações financeiras do Banco do Brasil foram aprovadas pelos órgãos competentes, como o Tribunal de Contas da União e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). “Não houve assalto à instituição”, como querem alegar.O segundo argumento, utilizado para contestar a acusação de peculato (lesão ao erário por funcionários públicos), foi o de que os recursos da administradora de cartões de crédito Visanet, dos quais teria se originado parte dos R$ 55 milhões movimentados pelo mensalão, não passavam pelo Banco do Brasil. “Os recursos da Visanet ficavam em poder da própria empresa, que tem a participação do Banco do Brasil e de outros bancos, mas é de natureza privada”, ressaltou o advogado.