Osmar Serraglio diz que, como todo brasileiro, espera punição de envolvidos em ilícitos

22/08/2007 - 14h21

Juliana Andrade e Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que presidiua CPI dos Correios, que apurou o chamado caso do mensalão, disse que sua expectativa em relaçãoao julgamento é igual a de todos os brasileiros. “Espero oque o Brasil espera: que as pessoas que se envolveram em ilícitossejam responsabilizadas. Este é o primeiro passo.”Ele destacou que, caso o Supremo Tribunal Federal(STF) aceite a denúncia, não estará reconhecendoque os acusados tenham necessariamente cometido os crimes, mas queexistem indícios mínimos de que estejam envolvidos.Segundo Serraglio, a denúncia chegou aoSupremo porque a Procuradoria Geral da República e a própriaCPI se convenceram das irregularidades cometidas pelos denunciados.“Dizer-se que isso isso chega ao supremo como uma denúnciasem que tenham mínimos indícios acho meio teratológico[argumentação absurda], cerebrino [imaginoso].Impossível que essa denúncia não seja recebida”.Sobre a possibilidade de a aceitaçãoda denúncia abalar a base governista, ele disse quepoliticamente não terá grandes reflexos. “Imaginoque agora o reflexo é mais externo. É a convicçãoda população de que de fato havia coisa equivocada.Quando a mais alta corte do país reconhece que pelo menosindícios existem, também a populaçãopassa a se convencer de que nós temos instituiçõesque merecem credibilidade”.Questionado se o presidente poderia ser atingidopelo resultado do processo, ele lembrou que uma das conclusõesdo relatório é que o presidente teria conhecimento dosfatos . “Não negamos isso. Ele tinha conhecimento, mastambém pediu que se tomassem providências. Se elaschegaram até onde ele desejava, ou não, essa avaliaçãonós não temos”.O deputado disse que o que preocupa é ademora até o julgamento, caso a denúncia seja aceita,já que os recursos a que os acusados têm direito acabamalongando ainda mais o fim do processo. “Quem tiver um grande advogado processualistavai levar isso a 20 anos. Precisamos, de alguma maneira, que oSupremo, inteligentemente como é, restrinja e conduza de formaa evitar o abuso que normalmente se vê na conduçãodos processos [principalmente por causa dos advogados]”Serraglio citou como um mecanismo para agilizar osprocessos, caso a denúncia seja aceita, a prerrogativa que oSupremo tem de delegar a instrução do processo a juízesdas comarcas onde os denunciados vivem. “Instrumentos paraagilização existem e eu também acredito que hajavontade do Supremo nesse sentido”.