Nenhum dos acusados no caso do mensalão acompanha abertura do julgamento no STF

22/08/2007 - 0h01

Marcela Rebelo e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Nenhum dos acusados pelo procurador-geral daRepública, Antonio Fernando Souza, no caso do mensalãocompareceu à abertura da sessão do Supremo TribunalFederal (STF) que começou a julgar a denúncia.Apenas dois deputados estão acompanhando ojulgamento no plenário: Osmar Serraglio (PMDB-PR), que foirelator da CPI dos Correios, e Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP),líder do partido, que também participou da comissão.De acordo com a Coordenação deSegurança do STF, a expectativa era de que o plenáriolotasse, mas uma manifestação na Esplanada dosMinistérios, a Marcha das Margaridas, impediu a chegada demuitas pessoas.Dos 246 lugares no plenário, 56 foramreservados para advogados e assessores, mas apenas 37 estãoocupados. A imprensa ocupa 48 lugares e 80 cadeiras sãoocupadas por visitantes. Ao chegar ao STF, o deputado Antonio Carlos Pannunzio disse que a denúnciaé “corajosa e muito bem embasada”. Ele afirmou que esperaque o tribunal acolha a denúncia, o que “já seria umsinal de alerta para que se comecem algumas mudanças noscostumes no meio político”.“Esperamos que o Supremo acolha a denúnciae inicie o processo para efetivamente levar uma puniçãopara aqueles que desrespeitaram o mandato popular, a confiançado povo e tiveram comportamento indigno quando chegaram ao Governo daRepública”, disse Pannunzio.Sobre a citação de Eduardo Azeredo,do seu partido, no texto da denúncia, Pannunzio disse que nãose pode dar tratamento diferenciado, seja a que partido for. “Se oesquema começou num processo eleitoral que envolveupersonalidades do PSDB, tem que ser apurado da mesma forma, nãohá nenhuma dúvida”.Azeredo não está entre os 40acusados pelo procurador, mas a denúncia cita que o“embrião” do esquema foram as irregularidades definanciamento de campanha de Azeredo à reeleiçãono governo de Minas Gerais, em 1998.