Governo quer maior participação das hidrelétricas em leilões de energia nova, diz secretário

22/08/2007 - 19h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Diante do aumento na participação das usinas termelétricas nos leilões de energia nova realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o governo estuda formas aumentar, também, a participação das unidades hidrelétricas nos futuros leilões.A informação é do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para quem é preciso "manter o percentual de participação das hídricas nesses leilões".Na avaliação dele, "o ideal é fazer com que a energia elétrica de origem hídrica responda por cerca de 70% de participações nos próximos leilões – até porque nos leilões anteriores essa participação ficou um pouco acima dos 30% relativos às ofertas térmicas”.Com esse objetivo, informou, o governo vem inventariando as possibilidades de desenvolvimento de unidades hídricas. Zimmermann disse esperar que já em 2010 esteja avaliada a geração de cerca de 30 mil megawatts em projetos hidrelétricos, com estudo de viabilidade para outros 27 mil megawatts.“É preciso lembrar que o atual modelo nasceu na 'ressaca' do racionamento do governo passado e agora nós estamos mudando esse quadro. Hoje o risco de que as térmicas venham a ser obrigadas a despachar energia é de apenas 5%”, disse. Segundo o secretário, que participou do 2º Seminário de Energia Elétrica e Crescimento, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, o governo pretende licitar a usina de Jirau, uma das duas unidades a serem construídas no Rio Madeira, no leilão de energia nova que a Aneel realizará em 2008. A usina já possui licença concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e terá capacidade de gerar pouco mais de 3 mil megawatts."A idéia é colocar pelo menos um grande empreendimento por ano. Em 2009 licitaremos a primeira parte de Belo Monte, com mais 5.500 megawatts; e em 2010 deveremos colocar as usinas de São Luís do Tapajós, que ainda passam por estudos de viabilidade”, informou.