Estudantes recebem apoio do MST no Rio, em protesto por melhorias no ensino público

22/08/2007 - 20h32

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Estudantes e integrantes de movimentos sociais foram às ruas das principais cidades brasileiras hoje (22), em protesto batizado de Jornada Nacional em Defesa da Educação. As reivindicações são de mais recursos federais para o ensino público, eleições diretas para diretores de escolas e garantia de passe livre no transporte público para alunos do ensino fundamental. Os objetivos da mobilização foram explicados pelo presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) do Rio de Janeiro, Daniel Iliescu: “Estamos fazendo um movimento para defender, entre outras coisas, a elevação a 7% do PIB [Produto Interno Bruto, a soma das riquezas do país] do investimento em educação no Brasil, que hoje não chega a 3,5%”.Segundo Iliescu, a mobilização social está em ascensão no país, depois de ter sofrido um refluxo durante os anos 90, quando preponderou o neo-liberalismo, que pregava a menor participação do Estado na economia e o apoio à iniciativa privada como motor do desenvolvimento. “O culto ao individualismo e ao consumo dificultam os movimentos sociais, mas com organização e determinação é possível atrair cada vez mais gente”, disse o presidente da UEE-RJ.Além dos estudantes, integrantes de partidos políticos e movimentos sociais aderiram à marcha. O coordenador do Coletivo de Juventude do Movimento dos Sem-Terra (MST), Antônio de Lima Neto, afirmou que "não só os movimentos em que a pauta da educação é prioridade têm que lutar pelo ensino – é uma causa de toda a sociedade, de todos os partidos e todas as organizações de esquerda que defendem um país melhor e uma educação de qualidade”.Neto salientou que o MST enfrenta dificuldades de ensino na maioria dos acampamentos, que não têm escola nem transporte para os estudantes: “Nossa situação é muito difícil, por isso essa mobilização é extremamente importante”.A manifestação, no Centro da cidade, contou com cerca de 300 pessoas, que seguiram pela Avenida Rio Branco, da Igreja da Candelária até a antiga sede do Ministério da Educação.