Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PP não pode ser acusado de receber dinheiro para votar a favor do governo porque votou em dissonância com o Palácio do Planalto diversas vezes em 2003 e 2004. A afirmação foi feita pelo advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira, que defende os ex-deputados José Janene (PR) e Pedro Corrêa (PE) no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga a abertura de ação criminal contra as 40 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento no esquema conhecido como mensalão.Na avaliação do advogado, o Ministério Público forçou a inclusão de algumas pessoas na denúncia para acusá-los de formação de quadrilha. “Os próprios termos quadrilha ou bando são modismos, tanto que a acusação se refere a alguns denunciados como intermediários”, criticou Marcelo.Para o advogado, a única participação dos dois ex-parlamentares foi a autorização para que o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu recebesse dinheiro do PT para o financiamento de campanhas eleitorais, o que na visão dele não configurou em nenhuma irregularidade. "Pode se questionar a moralidade das ações, mas não sua legalidade", ressaltou.A defesa do ex-deputado Pedro Henry (PP-MT) ressaltou que ele foi acusado pelo simples fato de ter sido líder do partido na Câmara na época em que o mensalão foi revelado. O advogado José Antônio Duarte chegou a usar a apresentação feita pela manhã pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para argumentar a favor do cliente. “O Pedro Henry nem foi citado pelo procurador-geral durante a sustentação oral porque as acusações são frágeis”, alegou.Segundo o advogado, um líder de partido não tem responsabilidade sobre qualquer ato administrativo da legenda. Dessa forma, não caberia a Pedro Henry decidir sobre o recebimento de recursos transferidos a parlamentares da sigla.