Marcela Rebelo e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Começou há pouco a terceira etapa do julgamento da denúncia do Ministério Público Federal dos envolvidos no caso do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) com a sustentação oral dos advogados de defesa. Segundo a assessoria do STF, estão inscritos 27 advogados representando 36 dos 40 denunciados pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. os advogados que defendem apenas um cliente terão 15 minutos para a sustentação, e os com mais de um, 30 minutos. No início da sessão, a presidente do Supremo, ministra Ellen Gracie, anunciou que quatro advogados inscritos para participar da sessão não compareceram e, então, foram substituídos.A presidente do Supremo designou o advogado Antônio Nabor Areias Bulhões para substituir Priscila Corrêa Gioia, que representa Enivaldo Quadrado, dono da corretora Bonus-Banval. O advogado Leonardo Magalhães Avelar foi substituído por José Guilherme Vilela para fazer a sustentação oral de Breno Fischberg, sócio da corretora Bonus-Banval. Também não compareceu Dagoberto Antorio Dufau, substituído por Roberto Rosas, que irá representar Carlos Alberto Quaglia, dono da empresa Natimar. Já o advogado Pedro Gordilho irá substituir Inocêncio Mártires Coelho, advogado de José Borba, ex-deputado federal e ex-líder do PMDB. Entre os advogados que deverão fazer sustentação oral a partir desta tarde, está José Carlos Dias, que defende a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e do vice-presidente do Banco, José Roberto Salgado. Ele tentará refutar as denúncias de envolvimento de seus clientes nos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta. "É absolutamente absurdo imaginar que eles participaram de uma quadrilha em que todas as pessoas tinham interesse em comprar os parlamentares. Eles agiram com uma instituição financeira concederam efetivamente empréstimos para empresas do Marcos Valério, mas nunca imaginaram que o dinheiro se destinava a fins ilícitos", argumentou Dias. Ele disse acreditar que o Supremo "não vai se deixar dobrar por pressões políticas". Durante a sessão, os ministros indeferiram requerimento encaminhado pelo advogado de Carlos Alberto Quaglia para adiar o julgamento. Também foi negado o pedido do advogado do ex-deputado Roberto Jefferson para que a denúncia fosse desmembrada e julgada separadamente. O esquema conhecido como mensalão consistia no pagamento a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo. Foi revelado em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson, um dos 40 denunciados pelo procurador-geral da República. O STF decidirá se o tribunal abrirá, ou não, ação penal contra os envolvidos. Caso a maioria dos ministros aceite a denúncia, por inteiro ou em parte, eles passarão a responder como réus em ação penal.