Renan diz que não tem pressa para esclarecer denúncias

20/08/2007 - 20h17

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (20) que não tem pressapara ver esclarecidas as investigações do Conselho deÉtica sobre a origem de seus rendimentos com a pecuária.Os recursos obtidos com venda de gado em Alagoas foram utilizados porRenan para justificar o pagamento de uma pensão informal de R$12 mil à jornalista Mônica Veloso, com quem ele tem umafilha."No início, quando tínhamos pressa parademonstrar a verdade, havia quem falasse mal”, comentou opresidente do Senado. “Eu, hoje, não tenho pressa. Quero quea verdade aflore e o povo brasileiro fique absolutamente convencidode quem é que tem razão. Não há essacoisa de meia verdade, tem que ser verdade inteira."Opresidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-AL), recebeu, hoje,documentos da Secretaria da Fazenda de Alagoas que foram encaminhadosà Polícia Federal (PF) para perícia. Os peritosmantiveram para amanhã, às 10 horas, a entrega doresultado das perícias já realizadas. Caso sejanecessário, a Polícia Federal encaminhará umadendo ao Conselho de Ética com novas informações.Osenador Almeida Lima (PMDB-AL), por sua vez, pretende propor aoConselho de Ética que o colegiado tome os depoimentos deMônica Veloso e do jornalista Policarpo Junior, autor dareportagem da revista Veja que deu origem às denúncias.Almeida Lima é um dos integrantes da comissão derelatores que conduz a investigação do caso.Indagadopelos jornalistas sobre que dúvidas poderiam ser esclarecidascom os depoimentos de Mônica Veloso e de Policarpo Júnior,o peemedebista de Sergipe preferiu não expô-las. "Háuma série de dúvidas, mas não devo me antecipar.Precisamos fazer uma investigação como todos pediram nocomeço [dos trabalhos do Conselho de Ética]".Segundo ele, “não há como fechar relatóriosem ouvir o denunciante [Policarpo Junior] nem a pivôdas denúncias [Mônica Veloso].” No iníciodas investigações, o advogado da jornalista prestoudepoimento espontâneo ao conselho, apresentando a versãodela.Leomar Quintanilha e os senadores Renato Casagrande (PSB-ES)e Marisa Serrano (PSDB-MT) defendem outra linha de ação:querem encaminhar a documentação da PF ao presidente doSenado para ouvi-lo, no Conselho de Ética, logo após oprazo de cinco dias. Casagrande e Marisa Serrano são os outrosdois senadores que integram a comissão de relatores do caso."O primeiro passo é ver a perícia e, a partir daí,conhecendo o conteúdo, vamos estabelecer os parâmetros ediretrizes das investigações", afirmou AlmeidaLima.