Ministério remaneja R$ 555 milhões de outras áreas para assistência à saúde

20/08/2007 - 21h34

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde anunciou hoje (20) que vai repassar R$ 555 milhões de recursos extras para assistência à saúde nos estados. A verba será retirada de outras áreas da saúde, que tiveram suas verbas bloqueadas no primeiro semestre. O ministério não informa de quais programas a verba será retirada, nem se ela será reposta. "São recursos que não foram autorizados em outras rubricas no primeiro semestre", explica o secretário adjunto de Atenção Básica à Saúde do Ministério, João Gabbardo, em entrevista à Rádio Nacional AM.O Ministério da Saúde foi a pasta que teve maior bloqueio de recursos este ano. A área contava com orçamento de R$ 40,638 bilhões, aprovado no Congresso Nacional. Teve bloqueio de R$ 6,452 bilhões.A medida eleva para R$ 18,32 bilhões os recursos para a área de alta e média complexidade. Os primeiros contemplados são os estados de Pernambuco e Alagoas, que enfrentam situação de crise no atendimento. "Esses recursos devem ser utilizados exclusivamente na assistência com o objetivo de reduzir filas, aumentar a oferta de serviços na alta complexidade e na média complexidade, enfim, fazer com que a população tenha melhor serviços de saúde”, afirma o secretário.A distribuição dos recursos será feita de acordo com o média per capita do estado para serviços de média e alta complexidade. Os estados das regiões Norte e Nordeste, com menor média, terão mais verba que os da região Sul e Sudeste. O secretário conta que são historicamente desiguais. “Nos últimos anos, o ministério tem feito esforço para reduzir a desigualdade. Na medida em que novos recursos são implementados no orçamento do Ministério da Saúde, os aumentos nesses estados que tem per capta menor tem sido superiores aos da Região Sul e Sudeste na tentativa de reduzir as desigualdades”, adianta.Para receber os recursos, o estado precisa comprovar os serviços que oferece. “Não adianta mandar os recursos, se ele não tem serviços que possam realizar os procedimentos. À medida que o estado abre novos serviços de oncologia, de cardiologia, ortopedia, neurologia, aumentando o serviço de média complexidade, o ministério aumenta os recursos dentro dos limites orçamentários", afirma João Gabbardo.Segundo ele, os recursos já estão disponíveis. "É só publicar a portaria para poder liberar. Os estados de Pernambuco e Alagoas já tiveram as portarias publicadas e nos próximos dias já devem estar recebendo”.Apesar da cifra, os R$ 555 milhões anunciados representam apenas 3% do que se gasta hoje com atenção de média e alta complexidade. “Há necessidade de mais recursos, não há dúvidas. É o que é possível neste momento. Esperamos a aprovação da Emenda Constitucional 29, que vai estabelecer mais recursos, tanto dos PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] do governo federal quanto nos governos estaduais e municipais. Aí sim teremos, a partir do ano que vem, um aumento dos orçamentos públicos para a saúde”, acredita o secretário adjunto de Atenção Básica à Saúde.