Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os indicadores sobre a compra e venda de ações pelo mundo mostraram um dia menos tuburlento hoje (20), depois de uma semana difícil, em que as bolsas do mundointeiro caíram empurradas pela crise nos Estados Unidos. Embora asbolsas de Nova Iorque tenham encerrado o dia em queda, a Bolsa deValores de São Paulo (Bovespa) subiu 1,33%.O dólar também ficou estável, compequena alta de 0,19%. Encerrou o dia cotado a R$ 2,029 frente aos R$ 2,024 daúltima sexta-feira (17). Naquinta-feira da semana passada, dia mais tenso da crise, considerado o "olho do furacão" peloministro da Fazenda Guido Mantega, o Índice Bovespa (Ibovespa) chegou acair 8,8% e o dólar ultrpassou os R$ 2,10. Mas a tranqüilidade desta segunda-feira não sinaliza que o pior já passou, avalia o presidente da AssociaçãoNacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade(Anefac), Rubens Lopes Silva."Ainda temos que manter oalerta. Essa tranqüilidade ainda não se consolidou e o mercado é muitovolátil", disse, ao acrescentar que será preciso "algumas semanas" para saber a profundidade e as conseqüências da crise.Segundo ele, o mercado brasileiro"conseguiu uma certa blindagem" graças ao elevado nível das reservas internacionais,que na última sexta-feira ultrapassavam US$ 160 bilhões.AlexAgostini, economista-chefe da agência Austin Rating, concordaque o volume de dólares que o Banco Central (BC) acumula traz maisestabilidade para a economia brasileira. "O investidor sabe que hárecursos suficientes que dão garantia de retorno para as suasaplicações". O BC iniciou o processo de acumulação de reservas em janeirode 2004, quando as reservas estavam em US$ 50 bilhões. Parao superintendente daAssociação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança(Abecip), o economista José Pereira Gonçalves, embora ainda seja cedo para dimensionar a crise, ela nãodeve afetar o Brasil em grandes proporções."A gente está em um momentoeconômico muito favorável. Aconteceram alguns soluços, no início doano, e o Brasil conseguiu escapar porque possui fundamentos sólidos".Na avaliação dele, a economia brasileira só seria afetada se a crise nosEstados Unidos assumisse proporções muito grandes. "Não é o que seespera".