Médico afirma que morte de paciente em João Pessoa ainda precisa ser investigada

20/08/2007 - 19h36

Quênia Nunes
Da Agência Brasil
Brasília - A morte da paciente Elizangêla Ferraz no último fim de semana pode não ser um efeito da paralisação de médicos em João Pessoa, defende o presidente da Cooperativa dos Cirurgiões da Paraíba, Marcus Maia. Os médicos da capital paraibana deixaram de fazer, desde a última quinta-feira (16), cirurgias cardiovasculares pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a morte da paciente foi provocada pela falta de cirurgia.Um dos líderes da paralisação, Maia afirma que a paciente sofria várias doenças. "É importante que se veja quais os reais motivos do falecimento dessa paciente, visto que ela sofria de várias patologias não só de doença cardíaca”, disse Maia. Segundo ele, Rosângela estava com cirurgia marcada para o mês passado. "A paciente iria operar do coração, mas como sofria de outras doenças graves a cirurgia não pôde ser realizada, porque essas outras doenças precisavam ser controladas”, afirma Maia.Maia disse ainda que os pacientes que precisarem de atendimento urgente serão encaminhados para outros municípios ou para a rede privada de hospitais. "Neste caso, o Estado da Paraíba juntamente com o município de João Pessoa são responsáveis pela transferência desses pacientes para algum hospital da rede privada ou para outra localidade", afirma Maia.Os médicos de João Pessoa estão desde a última quinta-feira (16) sem fazer cirurgias pelo SUS. Eles reivindicam um aumento do número de operações. "Os médicos aqui querem trabalhar", afirma Maia. Segundo ele, as cirurgias cardiovasculares liberadas pela Secretária Municipal de Sáude estavam abaixo da capacidade dos hospitais. As cirurgias favoreceriam apenas 35% dos pacientes com necessidade de cirurgia por mês.A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa confirmou a morte, no fim de semana, da paciente Elizângela Ferraz, que não conseguiu remarcar no Hospital Santa Paula cirurgia considerada de urgência. Ferraz teve um arritmia cardíaca e acabou morrendo antes de conseguir ser atendida. Segundo a assessoria, o hospital é um dos dois credenciados para atender pacientes do SUS na capital paraibana.De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba, no final de 2002, a gestão dos serviços na área passou para a esfera municipal. Por isso, a negociação com o movimento cabe à secretaria municipal de João Pessoa. O problema é que um termo de ajustamento de conduta firmado junto ao Ministério Público impede a negociação entre governo e cooperativas, de acordo com a assessoria da secretaria de Saúde do município.