Agência Brasil
Brasília - Apresentador:Olá, você, em todo o Brasil. Eu sou Luiz Fara Monteiro ecomeça o programa de rádio do presidente Lula. Tudobem, presidente?Presidente:Tudo bem, Luiz.Apresentador:Presidente, terminou ontem a terceira edição dos JogosParapan-Americanos, com destaque para o Brasil, que ficou em primeirolugar. O senhor mesmo esteve visitando os atletas na últimasexta-feira. A participação dos atletas nesses jogos,presidente, é um exemplo diário de superação?Presidente:É mais do que um exemplo de superação. Nãoexistem barreiras para o ser humano e o Parapan-Americano demonstrouexatamente isso, ou seja, os atletas brasileiros deram umademonstração extraordinária de competitividade,de preparação, de auto-estima, de orgulho próprio.Apresentador:Presidente, de que forma o governo tem incentivado esses atletas, queprogramas existem para dar suporte aos esportistas?Presidente:Uma coisa importante que nós fizemos através doMinistério do Esporte, Luiz, foi primeiro 45% dos atletas queparticiparam do Parapan-Americano são atletas que têmbolsa do governo para poder custear as suas atividades profissionais.Ou seja, são pessoas que não teriam condiçõesde fazer qualquer disputa se não tivesse o financiamento. Odado concreto é que o Brasil demonstrou mais uma vez: essaspessoas não precisam de favores, não precisam deesmolas, essas pessoas não querem ser tratadas como se fossemcidadão de segunda categoria. Essas pessoas querem apenas sertratadas com respeito e querem ser tratadas tendo oportunidades. Namedida em que a gente der oportunidade, essas pessoas conseguem fazero sucesso que fizeram no Parapan-Americano. Apresentador:Você está ouvindo o Cafécom o Presidente, hoje falamos sobre os JogosParapan-Americanos. O senhor aproveitou a ida aos JogosParapan-Americanos para assinar o documento que formaliza a intençãodo Rio de Janeiro de sediar os Jogos Olímpicos eParaolímpicos de 2016. O documento dá as garantias àrealização dos jogos no Rio, presidente?Presidente:veja, nós não damos a garantia de que os jogos vãoser no Rio de Janeiro. O que nós, e é por isso que nósinvestimos dinheiro nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos,porque nós queríamos provar que o Brasil tem condiçõesde fazer centros esportivos de primeira qualidade e que, portanto, oBrasil tem condições de fazer uma Olimpíada. Euassinei um documento dizendo ao governador do estado do Rio deJaneiro que eu não tenho nenhum problema de virar umgaroto-propaganda do Rio de Janeiro para que a gente possa, nas minhasviagens internacionais, conversar com as pessoas que têm votopara decidir aonde vão ser as Olimpíadas e tentartrazê-las para o Rio de Janeiro. Isso é apenas o começo.Ou seja, é preciso acabar com essa bobagem de tudo no Brasilser nivelado por baixo. O Brasil é um país grande, éum país que tem competência, é um país quetem um povo extraordinário e, portanto, nós precisamosfazer sempre que possível o melhor, e não fazer o piorcomo se fosse um país sem dono, um país de ninguém.É preciso que a gente coloque a nossa auto-estima, sabe, naponta da chuteira, no bico do pé, para que a gente possa fazero que nós temos o direito de fazer. Por que que o Brasil temque ser inferior à Espanha, inferior a Portugal, inferior àInglaterra, inferior aos Estados Unidos? Não, nós temosque ser iguais e o Parapan-Americano foi uma demostraçãodisso. Apresentador:Presidente, mudando um pouquinho de assunto, o mundo passa por umacrise nos mercados financeiros. O Brasil corre risco nessa crise?Presidente:Veja, é importante que nós consigamos dizer para asociedade brasileira que essa é uma crise eminentementeamericana. É uma crise do setor imobiliário americano,ou seja, e de alguns fundos que compraram títulos pensando emganhar muito dinheiro, sabe, de terceira categoria nos EstadosUnidos. Então, na hora que os Estados Unidos resolverem oseu problema não terá problema no mundo. Ou seja, oBrasil - eu posso dizer isso, apesar de ficar lendo, ficar ouvindo,parece que têm algumas pessoas que torcem para as coisas nãodarem certo no Brasil, parece que têm pessoas que torcem paraque a desgraça aconteça nesse país - ou seja, odado concreto é o seguinte: o Brasil não estácom medo dessa crise. Nós temos a preocupaçãonatural de um país emergente, como qualquer paísemergente desse mundo. Agora, é importante saber o seguinte: nós temos US$ 160 bilhões de reservas.Apresentador:O que isso significa, presidente?Presidente:Nós estamos tranqüilos. Significa que nós temossegurança pra eventual especulação financeira. Eo que nós queremos é que as pessoas continuemacreditando que esse país atingiu um índice dematuridade tão grande que a seriedade não é maisuma coisa eventual, um comportamento eventual, é uma coisadefinitiva. O Brasil não vai retroceder. Este país éum país sério, é um país governado comseriedade, nós aprendemos a fazer a lição decasa. Ou seja, quando muitos ficavam gritando pela imprensa que nósdeveríamos gastar, nós preferimos economizar e hoje nóstemos a estabilidade macroeconômica necessária, asreservas necessárias pra gente dizer: a crise que estáacontecendo não vai afetar o Brasil.Apresentador:Obrigado, presidente, e até a semana que vem. Presidente:Obrigado a você, Luiz. Apresentador:O Café com o Presidente está disponível tambémna internet, em www.radiobras.gov.br.Um abraço para você e até semana que vem.