Governador de Alagoas diz que verba federal não acaba com greve de médicos

20/08/2007 - 16h06

Alessandra Bastos e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O governador de Alagoas, TeotônioVilela Filho, agradeceu a ajuda do Ministério da Saúde, que anunciou hoje (20) o envio de R$ 26 milhões para o estado, mas adiantou que o dinheiro não é suficiente paraatender às reivindicações dos médicos emgreve. O estado decretou estado de calamidade pública. Muitosmédicos já pediram demissão.“O ministro Temporão estáfazendo um gesto dentro do limite das suas possibilidades. Masinfelizmente, para a greve dos médicos, a margem dessesrecursos é pequena. Os médicos pedem 50% de reajuste.Oferecemos um aumento de 5%”, disse o governador após sereunir com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.“A situação deAlagoas é gravíssima. Os médicos recebem mal,sim. Muito mal. Como um médico pode receber um saláriode R$ 1,2 mil por mês? Isso é inadmissível. Mas,por outro lado, a situação do estado não permite que se dê além. Alagoas vive um momento dramático.O estado não pode atender a essas reivindicações,que são justas, e os médicos resistem”, afirmouTeotônio Vilela Filho.O decreto de calamidade pública,anunciado hoje (20), permite aos gestores públicos de saúdede Alagoas a contratação temporária defuncionários. “A população não podeficar a mercê de um decreto que permite aos gestores contratartemporariamente profissionais que venham suprir os que se afastaramde modo que a população não sofra, como todosestão sofrendo com a morte de uma criança”, reclamouo governador.O ministro da Saúde afirmouque o governador terá o apoio do ministério e de outrosórgãos para acabar com a greve. “O governador temtodos os instrumentos do ponto de vista legal para fazer com que anormalidade se dê com o apoio da lei e do MinistérioPúblico”, disse Temporão.Durante o anúncio do repasse,os dois defenderam que os 40% da ContribuiçãoProvisória sobre a Movimentação ou Transmissãode Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira(CPMF) continuem sendo destinados à área de saúde.Hoje, esses recursos correspondem a aproximadamente 30% do orçamentodo ministério. “Externei ao governador a minhapreocupação com a sustentabilidade econômica efinanceira do sistema público de saúde, seja em relaçãoa regulamentação da Emenda 29, seja a extremaimportância da aprovação da prorrogação daCPMF, porque é um recurso fundamental de financiamento dosistema público”, defendeu Temporão.O governador disse que também apóia amanutenção da CPMF para sustentar os gastosestaduais. “Eu defendo que a CPMF deva ser mantida na composiçãode recursos para a saúde. A situação dos estadosé dramática”.