José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O economista Maílson da Nóbrega, disse hoje (20) que a crise no mercado financeiro internacional está "muito localizada" nos Estados Unidos, e que a economia do Brasil está fortalecida para enfrentá-la, “o oposto do que aconteceu em outras crises”“Nunca estivemos tão preparados para enfrentar uma crise. Isso éresultado da correção da política econômica do governo. O Banco Central(BC) começa a colher os louros da sua política monetária”, disse, em entrevista à Radiobrás. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “tem razão em comemorar". "Pois bancou essa política monetáriacontra a opinião do vice-presidente da República [José Alencar], contraas pressões do PT para mudar a política econômica e contra aspressões de empresários de outros tempos que queriam as coisas maisfacilitadas”.Para Maílson - que foi ministro da Fazenda no governo de José Sarney -, o país não tem mais uma economiafrágil porque acumulou reservas internacionais, tem saldo na balança comercial eestá com a inflação sob controle.Ele lembrou que acompanhou muitas crises econômicas,“dentro e fora do governo”, que sempre pegavam o país devido às baixas reservas internacionais. “Quando essas crises vinham, o Brasilera atingido rapidamente, interrompendo o processo de crescimentoeconômico, jogando mais lenha na fogueira da inflação, produzindorecessões, desemprego e queda de renda".Na última sexta-feira (17), as reservas internacionais brasileiras somavam US$ 160.281 milhões. O Banco Central (BC) divulga diariamente o patamar das reservas, sempre referente ao dia anterior.Segundo ele, apenas "uma grande surpresa" nos mercados internacionais poderia mudar esse quadro favorável ao Brasil. Uma situação que gerasse perdas maiores e "um clima de desconfiança".“Parece não ser esse o caso. Os bancos centrais em todo omundo estão preparados para agir e enfrentar a situação, evitando que aturbulência se transfira para a economia real”.Assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o economista avaliou que, passada a turbulência na economia mundial, o Brasil sairá ganhando com investimentos estrangeiros.“Hoje o nosso sistema financeiro está sólido, gerando lucros, inovando. Tudo isso são sinais que serão melhor avaliados pelos que investem no Brasil ou pelos que estão olhando o nosso país como uma alternativa de investimento”.