Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Novosconfrontos entre policiais e traficantes deixaram 237 famílias sem luz nestefim de semana na Vila Cruzeiro, uma das comunidades do complexo de favelas doAlemão, zona norte do Rio de Janeiro. Os moradores ficaram sem energia elétricadesde a tarde de sexta feira (17) até a madrugada de hoje (19) depois que dois transformadores da rede mantida pela concessionáriaLight foram atingidos por balas. A empresa informou que tentou efetuar os reparos no sábado, mas foipreciso interromper o trabalho por causa de novos tiroteios, o que acabouatrasando a regularização do serviço.Segundo o comandante do batalhão dePolícia Militar da área, Marcus Jardim, a operação começou ainda na quarta-feira (17) e se estendeu até sexta-feira (19) para averiguar denúncias sobrea localização de marginais e de um paiol de armamentos.Na quinta-feira, um idoso de 67 anosmorreu alvejado por um tiro que, segundo o delegado, partiu de criminosos.
Jardim informou que traficantes do local ainda dificultamo trabalho da polícia, mesmo com a série de prisões e apreensões realizadasdesde o dia 2 de maio quando a Secretaria de Segurança Pública do estado, comapoio da Força Nacional de Segurança, desencadeou uma operação para localizaçãode armamentos que estariam sendo estocados na área.“A polícia precisou checar esses informes, já que aprópria população denuncia. Mas infelizmente, nesses locais, por mais que seprenda marginais eles estão sempre virando peça de reposição e a polícia vaipara lá e acaba tendo que se defender. Mas o nosso interesse é que não houvesseconfronto e que viesse, em hipótese alguma a perturbar o dia-a-dia das pessoas.Os marginais fugiram, não houve prisões e apreensões, mas a gente faz incursõesperiódicas e pontuais no local e vamos continuar fazendo, faz parte da nossarotina. A polícia não pode recuar”, afirmou Jardim.
Desde o início da ocupação policial no Complexo doAlemão, confrontos entre a polícia e traficantes já deixaram mais de 40 mortose de 80 feridos. Cerca de cinco mil estudantes também foram prejudicados com ainterrupção das aulas por vários dias.