Ato público lembra três anos do ataque a moradores de rua em São Paulo

19/08/2007 - 14h54

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Três anos depois dos ataques em série a moradores de ruano centro de São Paulo, que deixaram sete mortos e oito feridos graves,todos vítimas de golpes violentos na cabeça, nenhum processo foifinalizado e não há condenados. Neste domingo (19), entidadesreligiosas e civis farão uma noite de vigília para lembrar os crimes. Avigília será encerrada com o Ato Pela Vida, com a participaçãodo arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, nasescadarias da Catedral da Sé.Este é o terceiro ano derealização do Ato pela Vida, mas o primeiro que será precedido pelavigília, das 22 horas às 10 horas de segunda-feira (20). Durante o ato, serão apresentados cantos, uma encenação de peça criada e executadapor moradores de rua, um vídeo documentário sobre osmassacres e das mobilizações de solidariedade que se seguiram, além devisita com preces e velas a alguns dos locais em que as pessoas foramatacadas e mortas. O ato é organizado pela Pastoral do Povo de Rua daArquidiocese de São Paulo.“Nós mais uma vezvamos estar reunidos com autoridades da cidade, com representantes  dosgrupos das igrejas e dos movimentos. Estará presente o arcebispo de SãoPaulo, dom Odilo Pedro Scherer, o bispo da Igreja Anglicana, da Igreja Metodista, um rabino, um xeque. O que nós queremos é mais uma vezmostrar nossa indignação. Nós não vamos esquecer. Nós vamos continuarcobrando até que a Justiça dê uma resposta”, disse o coordenador dapastoral padre Júlio Lancelotti.Segundo padre Júlio, ossobreviventes dos ataques são pessoas que tiveram suas vidascomprometidas para sempre. “Todos eles estão lesionados, todos os quenão morreram, não têm condições nem de dar informações”, disse.Sobrea situação atual dos moradores de rua e das medidas de segurança esociais adotadas após o massacre, padre Júlio disse que “continua amesma coisa”. Segundo ele, a pastoral tem feito várias ações, inclusiveum trabalho em conjunto com o Ministério Público para acompanhamentodas políticas públicas e ações referentes aos moradores de rua.