Diretora da Anac diz não ter razões para renunciar

16/08/2007 - 17h47

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, disse não ter motivos para deixar o cargo, ao depor hoje (16) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo no Senado Federal."Eu não tenho razões para renunciar e não entendo que tenha qualquer responsabilidade nessas ocorrências que denotam ser a crise aérea nacional, que implicaram em tragédias lastimáveise que marcam a história deste país e a nossa".Advogada, a diretora da agência responsável por regulamentar e fiscalizar a aviação civil disse ter sido indicada para o posto pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Antes, Denise havia trabalhado na sub-chefia para assuntos jurídicos da Casa Civil, subordinada ao então ministro José Dirceu. Ela confirmou ser amiga do ex-ministro, mas disse que sua relação com Lula era profissional.Denise não negou que o setor aéreo brasileiro esteja passando por uma crise, mas procurou amenizar o tamanho, afirmando que hoje não há nada tão grave quanto os problemas envolvendo controladores de vôo, que, segundo ela, quase teriam provocado o chamado apagão aéreo."Acredito que nós enfrentamos inúmeros problemas, que diziam respeito a uma questão de falta de infra-estrutura aeronáutica, especialmente do controle do espaço aéreo".Para a diretora, os problemas foram superados no dia 22 de junho, quando o Comando da Aeronáutica determinou várias medidas para contornar a crise, dentre elas, a substituição de controladores de vôos civis por outros que cuidavam da defesa do espaço aéreo."Ali se estancaram os problemas do chamado apagão aéreo. Tanto é que, estatisticamente, os vôos deixam de ter a quantidade de atrasos que tinham".Como o depoimento dela e do ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, foram além do previsto, a CPI doa Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados decidiu adiar a audiência em que Denise deveria depor às 15 horas. Os deputados pretendem ouvi-la na próxima semana, possivelmente na quinta-feira (23).