Em carta, Renan diz que ataques são tentativa de encobrir "nebulosa transação"

06/08/2007 - 21h21

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após o surgimento de uma nova denúncias envolvendo o seu nome, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou o Grupo Abril, proprietário da revista Veja pelas matérias publicadas. Em carta enviada a cada um dos 80 senadores, Renan levanta dúvidas sobre a idoneidade de um negócio realizado pelo grupo empresarial que envolve montante da ordem de R$ 1 bilhão.Na carta, Renan Calheiros questiona se as denúncias apresentadas por Veja são balizadas por compromisso ético de investigar a lisura e o comportamento de homens públicos. “Ou, quem sabe, usar-me como cortina de fumaça para que, por suas sombras, acabe por ser celebrada uma nebulosa transação de cerca de R$ 1 bilhão, envolvendo a venda de uma concessão de canal de televisão pelo Grupo Abril, proprietário da revista Veja, a uma empresa estrangeira?”.O presidente do Senado considera que a investigação do processo de venda da concessão da TVA é um assunto de interesse da sociedade. Neste sentido, ele propõe aos senadores que apurem o que classifica de “negócio bilionário que se deseja manter na obscuridade”.Além de partir para o ataque contra o Grupo Abril, o parlamentar tenta, na carta, reforçar a seus pares a tese de que é vítima de uma disputa política regional. Segundo Renan Calheiros, a revista mantém as denúncias de corrupção envolvendo sua pessoa “no embalo das maledicências provincianas e do ressentimento dos derrotados”.Até o momento, a revista apresentou três denúncias contra o parlamentar. A primeira, de que teria contas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, funcionário da empresa Mendes Júnior, resultou na abertura do processo de investigação no Conselho de Ética. Em seguida, a Veja publicou informações de que o senador teria realizado gestões junto ao INSS e à Receita Federal em favor da cervejaria Schincariol.Neste fim de semana, a revista publicou reportagem de capa na qual afirma que Renan Calheiros teria usado “laranjas” para adquirir veículos de comunicação em Alagoas.