Democratas e PSDB marcam reunião para avaliar possíveis ações contra Renan Calheiros

06/08/2007 - 21h57

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do partido Democratas no Senado, José Agripino (RN), confirmou hoje (6) que seu partido estuda uma representação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por causa de denúncias publicadas na imprensa de que Calheiros teria usado nome de outras pessoas para comprar uma rádio e um jornal impreso em Alagoas.De acordo com Agripino, nesta terça-feira, durante reunião da bancada no senado, ele proporá aos seus partidários uma representação no Conselho de Ética para apurar as denúncias. "Quero que os membros do meu partido no senado, se manifestem com relação ao seu entendimento de gravidade [sobre as denúncias]", explicou.Agripino disse ainda que levará também à reunião a possibilidade de o partido obstruir a pauta de votações enquanto Calheiros não se afastar da presidência do Senado. "Quero que os companheiros de partido digam se podemos continuar votando ou não”.Ele acrescentou ainda que "se o presidente Renan insiste em permanecer no cargo, só há uma forma de nós revelarmos o desconforto que nos atinge: é não dando quorum, é obstruindo a pauta das matérias até que o presidente entenda que a forma de o senado voltar a normalidade é a sua licença", disse.O senador também disse que a obstrução das pauta será realizada em consonância com outros partidos de oposição (PSDB e PDT). O senador sugeriu que Renan deve deixar a presidência até que o Conselho de Ética vote por sua absolvição ou não em relação as denúncias divulgadas na imprensa nos últimos meses.O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que o partido vai se reunir nesta terça-feira para discutir que postura adotar em relação às novas denúncias contra Renan Calheiros, publicadas no fim de semana pela revista Veja, de que ele teria uma empresa de comunicação em nome de “laranjas”.Sobre as deliberações do partido, ele adiantou que existe a possibilidade de boicotar votações enquanto Renan estiver à frente da Casa. “A tendência é votar até a Lei Geral de Micro e Pequena Empresa e depois dar uma meia trava”. Atualmente, quatro medidas provisórias trancam a pauta. Depois de destrancada, existe um acordo entre os senadores de que a primeira matéria a entrar em votação é a da micro e pequena empresa.Pessoalmente, Virgílio defende também que o PSDB inicie a discussão sobre a prorrogação da CPMF, que está na Câmara. O senador alertou que a matéria não será aprovada no Senado sem que o governo negocie com a oposição. “Não adianta o presidente e o governo acharem que passa, porque não passa sem uma negociação com todos os partidos”, disse.