Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O consultor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Erasmo Gomes, avaliou em entrevista à Agência Brasil que, das cerca de 180 linhas de apoio incluídas na política industrial, ainda há algumas com grande potencial que não vêm sendo utilizadas como era desejado.
Gomes indicou a necessidade de melhor difusão do potencial de instrumentos oferecido, em particular, pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para alavancar o desenvolvimento industrial nos Estados, que “é bem pouco conhecido”.
Coordenador da Rede Nacional de Agentes de Política Industrial (Renapi), Erasmo Gomes destacou entre as linhas mais utilizadas a referente à questão da subvenção econômica à inovação, “que é uma novidade proporcionada pelo novo marco legal da inovação”.
Essa linha, segundo o consultor, tem tido uma grande procura por informação por parte das empresas, bem como pelos editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele salientou que é expressivo o número de projetos apresentados. Outra linha que desperta interesse é a relativa ao apoio aos chamados Arranjos Produtivos Locais (APLs), que reúnem empresas com a mesma vocação econômica numa única região.
“Há um enorme espaço de atuação da ABDI na difusão da política industrial brasileira. A Renapi tem contribuído para a difusão e para ampliar o conhecimento da sociedade brasileira sobre as linhas de ação da política industrial, bem como o acesso aos seus instrumentos”, afirmou Gomes.
Ele enfatizou que ao mesmo tempo em que a ABDI procura difundir essas linhas de apoio à indústria nacional, através dos Seminários Renapi, há um trabalho no sentido de aperfeiçoar alguns desses instrumentos em função da demanda dos usuários finais.
De modo geral, Erasmo Gomes analisou que a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do governo federal está sendo bem recebida em todo o país. “Ela vem ao encontro de uma expectativa do setor industrial brasileiro que clamava por uma política industrial estruturada, sistêmica, que contempla a questão da inovação e também do comércio exterior”. O consultor da ABDI explicou que hoje já não dá para se pensar em fazer política industrial ou desenvolvimento industrial se não se agrega a questão do comércio exterior. A avaliação é de que existe no país, por parte dos agentes públicos e privados, uma conscientização da importância da política industrial para o desenvolvimento brasileiro.