País registra melhor superávit primário consolidado para meses de junho

31/07/2007 - 13h55

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - União, estados, municípios e empresas estatais economizaram R$ 11,647 bilhões no mês de junho. Parte do saldo é referente a investimentos que deixaram de ser realizados, e o dinheiro foi transferido para a conta do chamado superávit primário consolidado, destinado a cobrir os juros da dívida pública.O bom desempenho de junho foi anunciado pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ao divulgar o relatório de junho sobre Política Fiscal. Lopes disse que foi o melhor superávit para todos os meses de junho, em toda a série histórica iniciada em 1991, com economia de R$ 677 milhões acima dos gastos com juros no mês.O superávit consolidado do mês passado foi 25,3% melhor que em maio e 11,5% maior que em junho do ano passado, como resultado da economia de R$ 5,474 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Instituto Nacional de SeguroSocial), de R$ 3,332 bilhões dos governos regionais e de R$ 3,801 bilhões das empresas estatais; no caso, especificamente das federais, pois as empresas estaduais tiveram déficit.De acordo com Altamir Lopes, no acumulado do primeiro semestre, o superávit alcançou R$ 71,674 bilhões, o que equivale a aumento de 25,4% comparado aos R$ 57,154 bilhões economizados em igual período do ano passado. Além disso, equivale a 2,16% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país, adiantou Lopes, lembrando que, se referia a PIB anual.Ele explicou qu esse comportamento permitiu que a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB caísse de 44,7%, em maio, para 44,3% em junho. A queda, da avaliação de Lopes, é "bastante expressiva", uma vez que a dívida somava mais de R$ 1,096 trilhão em maio e caiu para R$ 1,095 trilhão em junho, com redução de R$ 1,679 bilhão.Altamir Lopes disse que a tendência é que a desaceleração da relação dívida/PIB seja mantida, porque os resultados fiscais permanecem positivos. Para ele, isso mostra "o comprometimento das esferas de governo com o saneamento fiscal". Lopes admitiu, no entanto, que a relação dívida/PIB fique no mesmo patamar, ou até um pouquinho acima, nas contas de julho.Ele acredita que a meta de superávit primário de R$ 95,9 bilhões (3,8% do PIB) no final do ano será "cumprida à risca", a despeito dos gastos mais elevados no final de cada ano. Para tanto, basta manter uma média mensal de R$ 4 bilhões de economia por mês no segundo semestre, que Lopes considera "uma meta bastante razoável". Entretanto, o superávit acumulado no ano não é suficiente para cobrir os juros, que somaram R$ 78,854 bilhões de janeiro a junho: o equivalente a 6,49% do PIB semestral. Há déficit de R$ 7,180 bilhões, apesar de o país ter desembolsado R$ 2,786 bilhões a menos com juros do que em igual período do ano passado, quando a conta chegou a R$ 81,640 bilhões e equivalia a 7,38% do PIB do semestre.